domingo, 20 de janeiro de 2013

AMÍLCAR CABRAL (1924-1973)

Faz hoje 40 anos que Amílcar Cabral foi assassinado pela PIDE. Já não viu o dia de uma independência inevitável e que ele sabia estar prestes a chegar. José Medeiros Ferreira tem um interessante comentário no seu "Córtex Frontal": Quando tantos têm nostalgia dos «grandes líderes» convém recordar como alguns acabaram. E às mãos de quem. (v. aqui).


REGRESSO

Mamãe Velha, venha ouvir comigo
O bater da chuva lá no seu portão.
É um bater de amigo
Que vibra dentro do meu coração

A chuva amiga, Mamãe Velha, a chuva,
Que há tanto tempo não batia assim...
Ouvi dizer que a Cidade-Velha
– a ilha toda –
Em poucos dias já virou jardim...

Dizem que o campo se cobriu de verde
Da cor mais bela porque é a cor da esp’rança
Que a terra, agora, é mesmo Cabo Verde.
– É a tempestade que virou bonança...

Venha comigo, Mamãe Velha, venha
Recobre a força e chegue-se ao portão
A chuva amiga já falou mantenha
E bate dentro do meu coração!

Amílcar Cabral

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