domingo, 10 de novembro de 2013

100 anos mais tarde


Álvaro Cunhal nasceu há 100 anos. Não se fará a história do século XX, em Portugal, sem a figura ímpar deste homem que liderou, durante décadas o Partido Comunista Português e que foi, também, um intelectual de grande craveira. Saiu derrotado no seu confronto principal, em 1975. Como tantas vezes sucedeu na História, o papel dos que perdem, e a forma como se projetam no futuro dão-lhe uma aura e uma importância acrescidas. Tenho a certeza que ele gostaria de ver o PCP de hoje, como não duvido que assistiria, com prazer, à adesão de milhares de jovens aos ideais da utopia. A utopia é decisiva. Justamente porque não se concretiza.

Vi Álvaro Cunhal de perto apenas uma vez. Foi numa visita ao Campo Arqueológico de Mértola, marcada por um ambiente de uma levíssima crispação. E pelas perguntas cirúrgicas que nos fez, com olhar penetrante e atento. Mas esse é um episódio menor no dia de hoje. Celebremos a data e o papel de Álvaro Cunhal na construção do Portugal Democrático.

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