Entre a Rota das Tabernas, no final da manhã de hoje, e o programa desta noite, o destino é a Amareleja. A Feira da Vinha e do Vinho vive o seu 2º dia.
Já quase não há sítios destes, mas a memória do que eles foram é(-nos) decisiva.
A poesia é o vinho do demónio, dizia Santo Agostinho. Ora ainda bem… Aqui vai um poema, de Maria Teresa Horta, que dá razão ao pensador argelino.
Eu não quero a ternura
quero o fogo
a chama da loucura desatada
quero a febre dos sentidos
e o desejo
o tumulto da paixão arrebatada
Eu não quero só o olhar
quero o corpo
abismo de navalha que nos mata
quero o cume da avidez
e do delírio
sequiosa faminta apaixonada
Eu não quero o deleite
do amor
quero tudo o que é voraz
Eu quero a lava
Eu quero a lava
Casa de Pasto 2 Irmãos, em Grândola (fotografia de José Manuel Rodrigues)
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