O título do texto não tem a ver com a classe social a que Marcelo Rebelo de Sousa pertence. Remete, antes, para o filme de Peter Medak. Em "A classe dominante", um louco conde julga-se Jesus Cristo. A primeira parte da película é delirante e divertida. Na segunda parte, o conde Gurney começa a sua recuperação (bom, mais ou menos, na verdade...) e a história torna-se menos divertida.
Durante muito tempo, Marcelo Rebelo de Sousa fez do seu espaço de análise televisivo um momento de diversão pessoal. Superiormente inteligente, e particularmente divertido, Marcelo chacinou vários políticos, incluindo muitos do seu próprio partido. Em diversas ocasiões, o prazer que isso lhe dava era mais que visível, pouco lhe faltando para desatar às gargalhadas… Agora, que Marcelo é pré-candidato a Presidente da República, os seus comentários ganharam distância e comedimento. Tornaram-se calmos, reflexivos e analíticos. Foi-se a espontaneidade. Acabou o sentido lúdico da palavra. Caiu o pano sobre os esgares teatrais.
O PSD escolherá outro candidato, mas essa é outra história.
Excerto de um diálogo de "A classe dominante":
Lady Claire Gurney: How do you know you're God?
Jack Arnold Alexander Tancred Gurney, 14th Earl of Gurney: Simple. When I pray to Him, I find I am talking to myself.
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