sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

AND THE OSCAR GOES TO... ASSUNÇÃO ESTEVES!

É uma breve interpretação, mas plena de significado e subtileza. Temos tido políticos poetas, romancistas, historiadores etc. Faltava-nos uma atriz. Pronto, já está. Assunção Esteves, presidente da Assembleia da República, consegue, em pouco mais de um minuto, conseguir dizer tudo sobre o inconseguimento. Ingmar Bergman, se fosse vivo, torcer-se-ia de inveja ante tão existencialistas tiradas. Ora lede e ouvi:

O meu medo (...) é o do inconseguimento;
O inconseguimento de eu estar no centro de decisão fundamental a que possa corresponder uma espécie de nível social frustracional;
Tenho medo que a crise não permita espaços de energia;
Tenho medo do não conseguimento ainda mais perverso, o da Europa se sentir pouco conseguida e de ela não projetar para o mundo o seu softpower sagrado, a sua mística dos direitos, a sua religião civil da dignidade humana.
Tenho medo do não conseguimento.

Uf! Tudo isto num minuto.

Mário Elias (esta é só para os mertolenses) foi um precursor; Jorge Jesus e Manuel Machado são compagnons de route.

A curta-metragem O inconseguimento, de e por Assunção Esteves, é a minha escolha cinéfila da semana.

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