Justitia MaterNas florestas solenes há o culto
Da eterna, íntima força primitiva:
Na serra, o grito audaz da alma cativa,
Do coração, em seu combate inulto:
No espaço constelado passa o vulto
Do inominado Alguém, que os sóis aviva:
No mar ouve-se a voz grave e aflitiva
D'um deus que luta, poderoso e inculto.
Mas nas negras cidades, onde solta
Se ergue, de sangue medida, a revolta,
Como incêndio que um vento bravo atiça,
Há mais alta missão, mais alta glória:
O combater, à grande luz da história,
Os combates eternos da Justiça!
Da eterna, íntima força primitiva:
Na serra, o grito audaz da alma cativa,
Do coração, em seu combate inulto:
No espaço constelado passa o vulto
Do inominado Alguém, que os sóis aviva:
No mar ouve-se a voz grave e aflitiva
D'um deus que luta, poderoso e inculto.
Mas nas negras cidades, onde solta
Se ergue, de sangue medida, a revolta,
Como incêndio que um vento bravo atiça,
Há mais alta missão, mais alta glória:
O combater, à grande luz da história,
Os combates eternos da Justiça!
Não gosto especialmente da poesia de Antero de Quental, que venerava na minha juventude. Em todo o caso, o poema sobre a Justiça é hoje pertinente, por causa das declarações do PM Passos Coelho, a propósito dos juízes do Tribunal Constitucional. É que isto da Democracia é uma coisa muito interessante, exceto quando alguns poderosos são contrariados. Aí, o melhor é ajustar a Democracia...
Não sei como será feita a "mudança" no TC.
Por mero acaso, hoje lembrei-me também deste quadro de Goya, pintado há exatamente 200 anos. Coincidências.
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