sábado, 18 de outubro de 2014

MEMÓRIA

Memória vezes dois. A memória do psicadelismo pop na pintura de Hockney, a memória dos sons na poesia de Cristóvão de Aguiar. Nestes dias de permanente balanço, quase um ano de mandato volvido, há aqui espaço justificado para a memória.





Sempre que o vento se põe sem tino e sem freio pelas veredas assombradas da noite fico sucinto e alcançado.

Viro-me e reviro-me na cama, o sono a milhas, espantadiço, só eu e a ventania, ambos a respirarmos à sobreposse, na meia escuridão reflectida pelas luzinhas da cidade, num molhinho cintilante, livre das rabanadas dos altos.

Sinto falta da ronquidão do mar do norte da Ilha, ao fundo da descida da tronqueira, quase paredes-meias com o meu quarto de dormir.

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