Sorriso audível das folhas
Não és mais que a brisa ali
Se eu te olho e tu me olhas,
Quem primeiro é que sorri?
O primeiro a sorrir ri.
Ri e olha de repente
Para fins de não olhar
Para onde nas folhas sente
O som do vento a passar
Tudo é vento e disfarçar.
Mas o olhar, de estar olhando
Onde não olha, voltou
E estamos os dois falando
O que se não conversou
Isto acaba ou começou?
A realidade multiplica-se e repete-se. Como nos espelhos de Borges, que serviram decerto de inspiração a Orson Welles. É nos dias mais densos que regresso a leituras antigas. E aos filmes amados.
Fernando Pessoa (no "Cancioneiro") e uma imagem do final de A dama de Shangai. Uma das mais belas e tensas sequências da História do Cinema. Recordo-a no blogue, no final de uma preenchida, e não menos tensa, semana.
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