quinta-feira, 28 de abril de 2016

DO BANCO DE TEMPO AO TEMPO QUE FOGE

Abriu em Moura, na passada segunda-feira, uma agência do Banco de Tempo. É provável que alguns achem o conceito algo abstrato, meio urbano e difícil de aplicar ao interior do Alentejo. O tempo (sim, o tempo) o dirá. Ficar parado de pouco vale. A iniciativa tem mérito e é inovadora. Temos de procurar, sempre, caminhos novos e diferentes. Enquanto é tempo.

Assombrado pelo tempo (se fosse filósofo era esse tema a que me dedicaria), vejo os dias passarem com rapidez, cada vez mais rápidos. E dou-me agora conta que o tempo não é imutável... Quando era criança, achava que tudo corria aborrecidamente devagar. Estou agora mais perto do ómega que do alfa. Foi isso que me levou à escultura romana. E ao crismon, omnipresente da arte paleocristã. E ao poema de Emily Dickinson. Look back on time with kindly eyes? Todos os dias isso fazemos. Todos nós.


Part Four: Time and Eternity

VIII

LOOK back on time with kindly eyes,    
He doubtless did his best;
How softly sinks his trembling sun      
In human nature’s west!

Emily Dickinson (1830–86)

Representação simbólica da Ressurreição (meados séc. IV)

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