Chama e Fumo
Amor – chama, e, depois, fumaça…
Medita no que vais fazer:
O fumo vem, a chama passa…
Medita no que vais fazer:
O fumo vem, a chama passa…
Gozo cruel, ventura escassa,
Dono do meu e do teu ser,
Amor – chama, e, depois, fumaça…
Dono do meu e do teu ser,
Amor – chama, e, depois, fumaça…
Tanto ele queima! e, por desgraça,
Queimando o que melhor houver,
O fumo vem, a chama passa…
Queimando o que melhor houver,
O fumo vem, a chama passa…
Paixão puríssima ou devassa,
Triste ou feliz, pena ou prazer,
Amor – chama, e, depois, fumaça…
Triste ou feliz, pena ou prazer,
Amor – chama, e, depois, fumaça…
A cada par que a aurora enlaça,
Como é pungente o entardecer!
O fumo vem, a chama passa…
Como é pungente o entardecer!
O fumo vem, a chama passa…
Antes, todo ele é gosto e graça.
Amor, fogueira linha a arder!
Amor – chama, e, depois, fumaça…
Amor, fogueira linha a arder!
Amor – chama, e, depois, fumaça…
Porquanto, mal se satisfaça
(Como te poderei dizer?…),
O fumo vem, a chama passa…
(Como te poderei dizer?…),
O fumo vem, a chama passa…
A chama queima. O fumo embaça.
Tão triste que é! Mas… tem de ser…
Amor?… – chama, e, depois, fumaça:
O fumo vem, a chama passa…
Tão triste que é! Mas… tem de ser…
Amor?… – chama, e, depois, fumaça:
O fumo vem, a chama passa…
Ao passar esta tarde por Safara, e quando o sol começava a cair e tinha acabado de chover, o José disse, de repente, "espera aí, que tenho de fotografar isto". Não vi o que ele fez, mas está certamente melhor que a minha tentativa. Foram breves segundos, e a melhor luz perdeu-se. Recordámos os míticos seis segundos de Ansel Adams, na célebre fotografia feita em Hernández, no Novo México.
A recordação de Manuel Bandeira veio depois.
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