Visita matutina à Zona Industrial. Deparo, na AMBIMOURA, com uma verdadeira instalação. Doze automóveis em fim de vida organizados em fiadas verticais. Arte Contemporânea casual? Recordei um texto que Manuel Rio-Carvalho redigiu para o Jornal de Letras (1983? 1984?) intitulado "Para compreender a beleza do Barreiro". Evocando referências tão díspares como a "Carmen", de Bizet e o "Deserto Vermelho", de Antonioni, Rio-Carvalho encontrava poesia num subúrbio industrial. O mesmo pensei, recordando os trabalhos de Wolf Vostell (são dele as motocicletas) e de Pedro Cabrita Reis, com as traves e os pneus, em "Amarração".
A zona industrial em cenário operático, ou a vantagem de deambular cedo pela cidade.
Dos carros, assim dispostos, ainda gosto. E não são "pretensiosos", na geometria que desenham...
ResponderEliminarAs instalações do Vostel e as montagens "ao calhas" e atrevidotas do Pedro Cabrita Reis são "aldrabice" para enganar parolos e pretensiosos que não têm a coragem de dizer que aquilo não é arte e que "o rei via nu".
Pedro