Vários
azuis encheram o dia. O azul do fundo do mar azul, o azul do céu azul, o azul
do esplendor da Misericórdia. Em São Mateus, o mar estava azul, mas menos, ao
passo que o céu se aproximava dos tons do cobalto.
Um dia entre mar e céu, à procura de respostas. Ou melhor, tentando escolher a resposta certa...
O Meu Olhar Azul como o Céu
O meu olhar azul como o céu
É calmo como a água ao sol.
É assim, azul e calmo,
Porque não interroga nem se espanta ...
Se eu interrogasse e me espantasse
Não nasciam flores novas nos prados
Nem mudaria qualquer cousa no sol de modo a ele ficar mais belo...
(Mesmo se nascessem flores novas no prado
E se o sol mudasse para mais belo,
Eu sentiria menos flores no prado
E achava mais feio o sol ...
Porque tudo é como é e assim é que é,
E eu aceito, e nem agradeço,
Para não parecer que penso nisso...)
Alberto Caeiro - "O Guardador de Rebanhos - Poema XXIII"
É calmo como a água ao sol.
É assim, azul e calmo,
Porque não interroga nem se espanta ...
Se eu interrogasse e me espantasse
Não nasciam flores novas nos prados
Nem mudaria qualquer cousa no sol de modo a ele ficar mais belo...
(Mesmo se nascessem flores novas no prado
E se o sol mudasse para mais belo,
Eu sentiria menos flores no prado
E achava mais feio o sol ...
Porque tudo é como é e assim é que é,
E eu aceito, e nem agradeço,
Para não parecer que penso nisso...)
Alberto Caeiro - "O Guardador de Rebanhos - Poema XXIII"
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