sábado, 10 de março de 2018

40 ANOS SE PASSARAM

E, subitamente, já passaram 40 anos. Para mim, são 35. Só cheguei ao Campo Arqueológico de Mértola em 1983. Na altura, tudo (restauro, arqueologia, arte sacra) se concentrava na Igreja da Misericórdia. Os primeiros projetos de investigação só foram candidatados em 1986. A casa romana só abriria ao público em 1988, ano em que o C.A.M. surgiu, formalmente, como associação. Estive, a tempo inteiro (manhã, tarde e noite...) no C.A.M. entre agosto de 1991 e outubro de 2005. A partir daí, os caminhos foram outros. Embora nunca me tenha desligado, longe disso.

Haverá, em maio, um encontro para assinalar estas quatro décadas. Apresentei uma proposta intitulada 350.400 horas. Parece-me importante fazer um balanço. Farei o meu, que será um entre muitos. Resistindo, no que me diz respeito, às pechas da nostalgia e do saudosismo. Estive em muitos dos principais momentos da casa. Não tenho hoje a presença de outros tempos. E sei serem, naturalmente, irrepetíveis muitos dos passos de passado. Os tempos são outros e os desafios no futuro da casa muito mais complexos que os do caminho até aqui percorrido. Veremos o que temos a dizer daqui a dez anos.

Cláudio Torres (n. 1939) dirige o projeto desde o primeiro dia. Não diria que o "criou", porque no início dificilmente se imaginaria o que depois aconteceu. Mas a partitura foi sendo escrita ao seu gosto. A batuta é dele. O mérito do resultado e do sítio onde se chegou também.

Nádia Torres fez várias propostas de cartaz.
Todas muito bonitas.
Mas acho que não vai ser esta a escolha.

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