quarta-feira, 27 de março de 2019

AVIS - COM ORDEM, CALOR E COR

No meio de um trabalho sobre arquitetura do século XX, várias vezes me interroguei "qual o melhor edifício que a Caixa Geral de Depósitos construiu?". Não é fácil responder. Sobretudo a seguir ao 25 de abril, deixou de haver um estilo mais ou menos formal. Embora na arquitetura do Estado Novo nem tudo seja mau e fascista e tal (muito longe disso), são melhores as obras mais recentes. Dois edifícios me deixaram marcas mais fundas. Angra do Heroísmo e Avis. Em especial este último. É um edifício relativamente pequeno, ousado e marcante, no seu tijolo vermelho. Alguém chamou a Raúl Hestnes Ferreira (1931-2018) arquiteto americano. Pelo menos, há aqui influência claras da obra de Louis Kahn, com quem Hestnes Ferreira colaborou e que muito o marcou. A agência de Avis aproxima-se de um edifício de Louis Kahn, no Gujarat. O vermelho de Avis marcou-me, sim...



El rojo sol de un sueño en el Oriente asoma. 
Luz en sueños. ¿No tiemblas, andante peregrino? 
Pasado el llano verde, en la florida loma, 
acaso está el cercano final de tu camino. 
Tú no verás del trigo la espiga sazonada 
y de macizas pomas cargado el manzanar, 
ni de la vid rugosa la uva aurirrosada 
ha de exprimir su alegre licor en tu lagar. 
Cuando el primer aroma exhalen los jazmines 
y cuando más palpiten las rosas del amor, 
una mañana de oro que alumbre los jardines, 
¿no huirá, como una nube dispersa, el sueño en flor? 
Campo recién florido y verde, ¡quién pudiera soñar aún 
largo tiempo en esas pequeñitas 
corolas azuladas que manchan la pradera, 
y en esas diminutas primeras margaritas!


(Antonio Machado)

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