sexta-feira, 12 de abril de 2019

DE AMR A IBN TULUN

Ao escrever um curto texto, dei com esta passagem de uma obra de Alexandre Herculano: das almádenas de seiscentas mesquitas não soa uma única voz de almuadem, e os sinos das igrejas moçárabes guardam também silêncio. Às ruas, as praças, os azoques ou mercados estão desertos. Somente o murmúrio das novecentas fontes ou banhos públicos, destinados às abluções dos crentes, ajuda o zumbido noturno da sumptuosa rival de Bagdad. Escrevia ele sobre Córdova, mas poderia ser qualquer outro sítio oriental a ocidente. E estava dado o mote para o que eu queria fazer.
À procura de imagens sobre mesquitas, encontrei um trabalho - mais um ! - de Jean-Léon Gérôme (1824–1904), sobre a mesquita de Amr, no Cairo. A tela data de 1870 e está hoje no Met, em Nova Iorque. O que me chamou a atenção foi o sistema de travejamento, muito semelhante ao da mesquita de Ibn Tulun. De uma a outra vão 2600 metros. Estive em Ibn Tulun, mas não em Amr.


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