Era sempre assim. A noite já ia bem entrada quando o amigo Manuel Grilo deixava o protocolo de parte e me perguntava "então, mas afinal quando é que te fardas?", para depois me intimar "tens que te fardar!". Em 2016, para preocupação dos colegas da vereação e para preocupação ainda maior da família decidira-me a aprender música. Frequentei disciplinadamente a escola de música da Banda de Safara - o Flávio Robles fez-me uma certeira e mais que inteligente crítica, a propósito da minha personalidade... - até chegar à lição 20 e me darem um clarinete para praticar. No meio disto, estava um fraterno Manuel Grilo. Não me recordo de o ver de má catadura. A fotografia que a banda hoje colocou nas redes sociais reflete bem o seu estilo. Descontraído, amigável e paciente para com os mais novos. E sempre jovial. Quando me via com as partituras debaixo de braço, encolhia os ombros e soltava uma gargalhada.
Foi com imensa pena que li hoje a notícia da sua derradeira partida. Na próxima vez que for a Safara, já não o poderei ver. Tal como já não me cruzarei com ele nas procissões. Também já não falaremos um pouco, como sempre fazíamos depois das festas. E não poderei repetir, como da última vez, "sabe, amigo Manel, isto da música não é para quem quer, é para quem sabe...". Uma coisa tenho como certa, na minha memória ele ficará sempre.
Foi com imensa pena que li hoje a notícia da sua derradeira partida. Na próxima vez que for a Safara, já não o poderei ver. Tal como já não me cruzarei com ele nas procissões. Também já não falaremos um pouco, como sempre fazíamos depois das festas. E não poderei repetir, como da última vez, "sabe, amigo Manel, isto da música não é para quem quer, é para quem sabe...". Uma coisa tenho como certa, na minha memória ele ficará sempre.
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