domingo, 29 de setembro de 2019

SHELL SCOTT

O livro era exatamente este. Andava lá pela casa da Salúquia sem que houvesse a mínima indicação da sua "origem". Num dos verões da adolescência (1978? 1979?), e à falta de outra leitura, peguei-lhe. Li-o de uma ponta à outra, descobrindo o interesse de autores "secundários". Havia histórias bem urdidas - recordo a trama da maior parte delas, sei lá porquê... - e uma que não chegava ao fim. Pela simples razão que a última folha, e a contracapa, tinham sido arrancadas. Era a história de um homem que a Segurança do Estado encerra num farol, esperando que ele assassinasse o bebé que ali fora deixado, para colocar à prova a sua super-sensibilidade ao som.

No outro dia, na Biblioteca Nacional, entre a releitura de Oleg Grabar e a consulta da monumental edição do CHAM Velhos e Novos Mundos. Estudos de Arqueologia Moderna lembrei-me: "terão as antologias de Shell Scott?". Tinham, claro. Pedi o segundo volume (dado à estampa em abril de 1967) e voltei à página de um conto começado a ler há mais de 40 anos. A última página é dececionante e talvez tivesse tido mais graça ficar na dúvida sobre o remate da narrativa. Numa senda um pouco borgesiana.

O autor do conto é Theodore Mathieson (1913-1995), que publicou em várias das antologias de Alfred Hictchcock.

Shell Scott era editado pela Ibis, uma casa que já fechou e que ficava a menos de dois quilómetros do sítio onde me encontro.

TWIMC: a cota é L. 78038 P.

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