Foi nas palavras de Urbano e de Adriano que pensei, ao olhar este pavimento, algures na Macaronésia. E nas malhas que o tempo tece, também.
Ó Alentejo dos pobres
Reino da desolação
Não sirvas quem te despreza
É tua a tua nação.
Não sirvas quem te despreza
É tua a tua nação.
Não vás a terras alheias
Lançar sementes de morte
É na terra do teu pão
Que se joga a tua sorte.
É na terra do teu pão
Que se joga a tua sorte.
Terra sangrenta de Serpa
Terra morena de Moura
Vilas d'angústia em botão
Dor cerrada em Baleizão.
Ó margem esquerda do verão
Mais quente de Portugal
Margem esquerda deste amor
Feito de fome e de sal.
Margem esquerda deste amor
Feito de fome e de sal.
A foice dos teus ceifeiros
Trago no peito gravado
Ó minha terra morena
Como bandeira sonhada.
Ó minha terra morena
Como bandeira sonhada.
Terra sangrenta de Serpa
Terra morena de Moura
Vilas d'angústia em botão
Dor cerrada em Baleizão.
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