Razões de ordem profissional/académica impedem-me de ir até ao Aljube cumprimentar com amizade a Vanessa Gaspar e o Nuno Colaço e assistir à intervenção que irão fazer no âmbito do encontro "Investigação arqueológica e turismo". Sigo sempre estes temas com o natural interesse de quem está no meio.
Os materiais que irão ser apresentados foram recolhidos na campanha de escavações de 2004 (já lá vão 16 anos, caramba...), na unidade estratigráfica 69 ou 70, algo assim. Cito de memória e elas são umas centenas. Recordo a forma jubilosa como tudo aquilo foi escavado, a surpresa de encontrarmos centenas de fragmentos de garrafas e uma intacta. Que teve lugar de destaque na exposição "Água - património de Moura", já lá vão também uns anitos.
Sempre defendi, continuarei a defender, princípios básicos nestas coisas da arqueologia, do património e dos museus:
1. Que é preciso trabalho continuado e consequente;
2. Que é preciso conhecimento e aprofundamento do conhecimento;
3. Que é preciso divulgar, e que essa divulgação deve, em primeira instância, seguir modelos formais (exposições, catálogos), que não devem excluir as modernas plataformas de informação.
Nada disto é compatível com amadorismos, com a ignorância militante e fofinha de que fazem uso alguns autarcas sem preparação, com atitudes babacas e com o uso do Património na lógica do "ó-patego-olhó-balão".
A intervenção de hoje, num encontro marcado pela qualidade, é de saudar. Pelo que daqui vai um abraço virtual, mas real apesar dos distanciamentos, para a Vanessa e para o Nuno.
Moura on my mind, como no blues? Sempre. Depois de fechar o ciclo das exposições lisboetas (na Sé dentro de dias, no Museu Nacional de Arte Antiga no próximo mês, volto a atacar Moura. Salvo seja 😊.
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