No dia 21 de outubro de 2017 escrevi isto:
Fui ontem surpreendido por esta prenda da rapaziada do Gabinete de Informação. Das muitas imagens recolhidas ao longo de quatro anos escolheram esta sequência do outro lado da presidência. Um registo menos formal, em contraponto às horas de gabinete...
Ao mostrar isto a um amigo de longa data, comentou "não achas que vão dizer que andaste o tempo todo a divertir-te?". Respondi que a extensa lista de obras, de iniciativas, de projetos, de foros, de financiamentos, de encontros, de apoios etc. clarificam o que, de facto, se fez. Depois, porque tentei realmente tirar partido dos momentos de descontração. Depois, porque sempre desconfiei dos políticos, dos artistas, dos investigadores etc. que estão sempre em pose e com ar de compungido sofrimento. E depois, na verdade, porque me estou nas tintas para o que pensem ou deixem de pensar os bem pensantes...
Hoje, pela manhãzinha, fui surpreendido pela mensagem de uma jovem safarense recordando-me a data. É engraçado, mas estava convencido que a prenda tinha sido no início do mês, não por esta altura.
Dos anos passados em Moura tenho recordações impressivas deles os três. Perdi a conta ao número de vezes que, em sessões públicas, elas passavam por detrás de mim, murmurando "tem a gravata torta" (um clássico pessoal), "a gola do casaco está dobrada" (outro clássico pessoal), "está todo despenteado" (outro ainda) ou "está ali uma pessoa que já olhou várias vezes para si; deve querer cumprimentá-lo e está com vergonha". Ele esbracejava ao longe, para eu me colocar no sítio certo para fotografar, garantindo, ante a minha eterna dúvida com "aquilo" do autofocus, que a imagem estava focada, com a luz e a velocidade nos sítios certos. Tinha sempre razão.
É mais que evidente que tenho saudades deles os três. E da extraordinária qualidade de trabalho que produziam. Boas fotografias e textos em bom português, sem erros ortográficos ou de sintaxe. Uma tradição que se perdeu.
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