O quadro do menino da lágrima é, juntamente com o dálmata de loiça, um símbolo importante da cultura de feiras e mercados da segunda metade do século XX. Desconheço o nome do autor dos dálmatas de loiça. Mas o menino da lágrima saiu do pincel, não muito privilegiado, de Bruno Amadio "Giovanni Bragolin" (1911-1981). Mas que é um sucesso, lá isso é.
Ao assistir, ontem, à parte final da Assembleia Municipal, em Moura, dei-me conta de como a política local caiu numa sub-cultura ideológica que oscila entre o menino da lágrima, o dálmata de loiça e os azulejos com quadras. Aquilo que vi/ouvi da parte do presidente e do vice-presidente da CMM é o reflexo do total desprestígio em que se mergulhou a autarquia. Valeram-nos as intervenções dos eleitos da CDU. Há futuro e há esperança.
À falta de argumentos usa-se a chantagem ("não vai haver esta e aquela obra, porque o orçamento vai ser chumbado", uma mentira sem medida) e desconsideram-se adversários. Prometem-se obras em catadupa, não havendo capacidade política para conduzir os processos e as concretizar. Uma simples comparação entre mandatos anteriores e 2017/2021 mostra bem o que digo.
No final, e ante os descabelados ataques que me foram dirigidos, o meu camarada José Maria Pós-de-Mina "desafiou-me" a intervir em próxima assembleia, no período reservado ao público. Um convite que me agradou. Lá estarei.
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