sexta-feira, 21 de janeiro de 2022

O TEMPO QUE SE PERDE...

Foi na primavera de 2017...

Numa deslocação ao Palácio Nacional da Ajuda, um alto responsável da Cultura comunicou-me que a abertura de concursos para os museus - e mencionou especificamente o de Beja - estava "para muito breve" (a expressão foi exatamente essa). Passaram quase 5 (cinco) anos.

Levamos a vida nisto. Regulamentando (falta legislar!, ouço dizer amiúde, e escangalho-me a rir), avaliando, esperando, esperando, porque está quase, porque vai sair um novo quadro, porque vai haver uma reforma e agora é que é, porque vai sair nova legislação (e então sim, fica tudo resolvido). Como se a vida dependesse só do que nós pensamos ou deixamos de pensar. Porque fazemos legislação e está tudo resolvido. Nós pensamos e o mundo vai atrás de nós.

Lembro-me sempre do Garrincha. Quando Vicente Feola, antes de um jogo com a União Soviética, em 1958, explicava "vocês fazem assim, depois eles respondem assim e depois vocês entram assado", Garrincha perguntou "e já combinaram isso com os russos?".



 

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