terça-feira, 2 de agosto de 2022

ARQUEOLOGIA MEDIEVAL - ONLINE E À BORLA

O Campo Arqueológico de Mértola acaba de colocar à disposição dos interessados, sem custos, os números 1 a 14 da revista "Arqueologia Medieval". Uma atitude meritória e importante, em termos de divulgação.

Ver - https://www.camertola.pt/info/publicacoes?tid=33

Acompanhei, enquanto coordenador, a história da "Arqueologia Medieval" ao longo de 24 anos.

Nº. 1 - 1992

Nº. 2 - 1993

Nº. 3 - 1994

Nº. 4 - 1996

Nº. 5 - 1997

Nº. 6 - 1999

Nº. 7 - 2001

Nº. 8 - 2004

Nº. 9 - 2005

Nº. 10 - 2008

Nº. 11 - 2010

Nº. 12 - 2012

Nº. 13 - 2016

Nº. 14 - 2018

Nº. 15 - 2020

Conheço bem a história da revista. Em 1991, o Cláudio colocou-me nas mãos um conjunto de originais "temos que avançar com a revista de arqueologia". Fui designado "coordenador". A partir daí foi um desassossego. Nunca tal tinha feito... Era preciso arranjar editora (ficou a Afrontamento), montar o esquema de financiamento e preparar o lançamento. O contributo de Marcela Torres e de Paula Viana revelar-se-ia decisivo. Enquanto o nº 1 tomava forma, avancei para o pedido de originais para o segundo volume.

Quando, nos inícios de novembro de 1992, a revista "Arqueologia Medieval" surgiu nos escaparates, ouviu-se um coro de assobios dos velhos do Restelo. Estava tudo mal: o grafismo (meu Deus, onde já se viu semelhante coisa?, nem parece uma revista científica...), o modelo de financiamento e de distribuição (pff, aguenta dois números, queres apostar?), a falta de um comité científico (aquilo é o Santiago e mais dois ou três rapazes como ele), a ausência de normas de redação (só mesmo aqueles freaks do Campo Arqueológico é que se lembrariam de editar uma revista sem normas precisas) etc. A revista aguentou-se, foi saindo sem data precisa e tornou-se uma referência obrigatória no meio. Colaborei até ao 13º volume, já não participei no 14º. Porque o meu tempo nesse projeto se esgotou, porque as coisas mudam, porque a renovação permanente mantém os projetos vivos. Não me arrependo do tempo, nem por um só segundo!, que usei trabalhando na revista.

A avaliação dos artigos tinha uma malha bastante larga. Aceitámos textos apenas "suficientes", porque havia neles algo de interessante ou porque tratavam de um tema inédito, mesmo que não fossem excelentes ou, sequer, bons. Só uma vez, uma única vez me arrependi (e muito) de ter aceite a publicação de um texto. É coisa que agora não vou revelar...



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