sexta-feira, 19 de agosto de 2022

HERNÁNDEZ, NO DIA DA FOTOGRAFIA, PELA QUARTA (E ÚLTIMA) VEZ

Não ligo nada a isto dos "dias de". Mas o pretexto é bom. talvez esta seja a minha fotografia preferida, de entre todas as que vi. Uma escolha pouco original, bem sei. Já aqui falei dela três vezes: em 2 de setembro de 2009, em 22 de maio de 2016 e em 19 de agosto de 2021. Não repetirei.

É uma fotografia estranha, quase irreal. Foi tirada quase às 5 da tarde (16:49:20, na realidade) do dia 1 de novembro de 1941. A principal coisa que a imagem me evoca é o silêncio. Não sei se essa sensação é acentuada pela presença do pequeno cemitério e pela completa ausência do elemento humano.

Recordei, depois, a respeito do local e da minha tentativa de o encontrar, durante uma breve passagem pelo Novo México:

O sítio de “Moonrise” foi (...) difícil de encontrar. A igrejinha com o cemitério à frente jaz no meio de restos de sucata, de construções em mau estado e de arremedos de vedações. O sentimento só não foi da mais completa frustração porque me preparara para o choque. A estrada pejada de trânsito pesado corre ao lado, mas o sentido de horizontalidade perdeu-se. As construções em volta alteraram a paisagem, demasiado bela, da fotografia de 1941. Não cheguei a sair do carro.

Ansel Adams, sobre esta fotografia:

“We were sailing southward along the highway not far from Espanola when I glanced to the left and saw an extraordinary situation – an inevitable black & white photograph! I almost ditched the car and rushed to set up my 8 x 10 camera. I had a clear visualization of the image I wanted, but I could not find my Weston exposure meter! The situation was desperate: the low sun was trailing the edge of clouds in the west, and shadow would soon dim the white crosses.”


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