Vergonha foi o que mais senti ao longo de 11 anos, de cada vez que ía ao Sobral. Vergonha, angústia e raiva.
A obra de regularização da Ribeira da Perna Seca tinha um valor muito elevado. Depois daquela noite de novembro de 1997 não era possível deixar as coisas como antes. E a Câmara Municipal teve de avançar, entre um mar de obstáculos e de dificuldades. Levamos nisto 19 anos, 1 mês e 13 dias. No momento de iniciar um emocionado discurso, só me lembrei do título da biografia de Luís Pacheco, escrita por João Pedro George. Não pude citar o livro, mas lembrei-me dele.
Uma lei de 1999 sacudia a água do capote e empurrava a resolução destes problemas para as autarquias. Querem soluções? Amanhem-se, foi a resposta.
Uma pequena câmara municipal (a de Moura) foi deixada à sua sorte para resolver este problema. Recordo cada uma das reuniões que tive, recordo o nome de cada interlocutor e a forma como, enquanto vereador e enquanto presidente, fui "despachado". Recordo o apoio e incentivo que o José Maria Pós-de-Mina me deu para que fosse avançando.
Se há sítio onde me sinto em paz é no Sobral da Adiça. Em paz comigo e com os habitantes.
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