domingo, 8 de janeiro de 2023

RAMAL DE MOURA

Anos 70 do século XX. Cinco chegadas e cinco partidas diárias. Saía-se para Beja (e Lisboa) às 5.45, às 9.30, às 12.40, às 19. 15 e às 23.10 (!). As chegadas eram às 9.11, às 12.29, às 17.59, às 22.46 e às 00.03. Havia três ligações a Lisboa. O percurso Beja-Moura era vencido em 80 minutos. As automotoras eram ruidosas, lentas, desconfortáveis e cheiravam a gasóleo queimado.

Havia bilhetes de gare - os mais abonados iam esperar familiares e amigos na gare, os outros ficavam a espreitar pelos vidros - e muita gente usava o combóio porque havia muito menos carros particulares.

Se estávamos no centro da vila sabíamos se ia chover quando se ouvia chegar a automotora. O vento "soprava de lá" e a água estava a caminho.

E havia a ponte mista - carros e combóios -, em uso até 1977.

Se tenho saudades das automotoras? Não. Mas gostaria, mais do que consigo escrever, de voltar a fazer aquele percurso. E de passar outra vez por Vila Azedo, por Quintos, pelos Machados e, bem entendido, por Vale de Rãs, a cinco minutos de Moura.

Leia-se, sobre o Ramal de Moura:
Memórias soltas do ramal de Moura / Ivan Valério. - Moura : Câmara Municipal de Moura, 2021. - 120 p. : il. ; 21 cm. - ISBN 978-972-8192-68-6




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