segunda-feira, 12 de junho de 2023

FAZ AGORA 10 ANOS

Um telefonema recebido hoje às 13:07 trouxe-me à memória um filme concluído há 10 anos.

Frequentei, em 1980/81, um curso de cinema ministrado num clube que existia na Av. Columbano Bordalo Pinheiro: o Clube Micro-Cine. Uma das tarefas obrigatórias do curso de cinema era, naturalmente, fazer um filme.

Lancei-me na tarefa de rodar um documentário em super-8. Para quem nasceu no mundo contemporâneo esclareço que se trata de um tipo de película com 8 mm de largura (os filmes projetados no cinema têm, por norma, 35 mm). Usei uma bobina com pista de som (gravação em som direto, com um delay de três segundos), e várias outras em que fui registando coisas, de acordo com um argumento e uma narrativa, com registo de segundos, sequências de imagens etc. Um trabalho algo primitivo, que só a impetuosidade e o descaramento dos 17 anos permitem,

Fiz a montagem com uma moviola emprestada pelo clube e depois pronto. Ficou por terminar. Não cheguei a sonorizar a minha grande obra - apesar de ter procedido à respetiva pistagem - nem a mostrá-la a ninguém. Ficou, até novembro de 2012, nas bobinas finais.

Uma primeira tentativa de a passar a formato digital não acabou bem. Pedi então ajuda ao Jorge Murteira. Sempre solidário, tratou-me da montagem e fez das bobinas algo de minimamente visível.

O pintor que era protagonista do documentário, Moita Macedo, falecera há muito. Isso levou-me a acrescentar um minuto final ao filme. Às músicas que antes previra, dos Telectu e de Ravi Shankar acrescentei uma, de Toumani Diabaté. A leitura de dois poemas, gravados por Rosa Lobato de Faria, facilitou-me a tarefa. No meio de uma saga com contornos wellesianos tinham desaparecido duas cassetes com gravações de poemas, do programa "Música, músicas", de Paulo Coelho...

O filme ficou concluído por esta altura. No dia 14 de julho de 2013 entreguei a versão final ao filho do pintor. Por razões autorais não há versões disponíveis com as músicas que acima indiquei.



1 comentário:

  1. Vi e ouvi com um sorriso e contextualizado achei "bué de fixe".

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