O acordo foi conseguido às 18 horas. O caos permaneceu durante várias horas.
Cheguei a uma estação de comboios às 20:11 (terça-feira). O das 20:27 era dado como suprimido. O próximo seria às 20:47, depois passou para as 20:53, depois apareceu, sem aviso prévio, às 21:12.
Os altifalantes iam transmitindo comunicações desconexas, ora em português, ora em inglês. Um comboio cuja supressão se anunciara, surgiu um minuto depois. O insólito repetiu-se, um par de vezes. Outro, cuja entrada na estação se garantia, não dava sinais de vida. Algo que também se repetiu. Uma louca cena surrealista que se prolongou durante uma hora. Não sei quanto vezes ouvi dizer "pedimos desculpa pelos incómodos causados". Um certo espírito David Lynch pairou por ali.
Tenho as maiores reservas quanto a este género de greves. Não por ser por elas afetado, ainda que de forma esporádica. Os mais prejudicados são os que integram as classes D e E da escala económica. Na terça-feira, 70 ou 80% dos que esperavam na plataforma eram imigrantes africanos ou portugueses de origem africana. Eram pessoas de ar cansado e roupas modestas. Gente moída por horas a fio de trabalho. Aguardavam, resignadamente. Duvido que tivessem grandes "ímpetos solidários".
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