Uma das minhas prendas de Natal foi ter ido assistir, mesmo no dia 25, à projeção de "Cerrar los ojos", a mais recente longa-metragem de Victor Erice (n. 1940). Foi no Nimas, sala que assume, cada vez mais, o papel de cinemateca2. Por este filme perpassa qualquer coisa de "A noite americana", de Truffaut. O filme é uma longa declaração de cinefilia, com uma história triste e angustiante em pano de fundo. O tratamento da cor é minucioso - Mikel aparece sempre envolto em tons dourados -, tal como detalhados são os grandes planos. O montador chama-se Max - como Steiner ou Linder ou Don - e tem um perfil freak (até pelo dois cavalos...). Há um cinema fechado ao público, como todos na província!, e há um trio de vencidos na vida que canta uma música do "Rio Bravo".
Com mais de 80 anos, Erice faz uma declaração de amor ao cinema. E, talvez, como disse uma velha amiga, ao poder redentor da Arte.
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