quarta-feira, 8 de abril de 2009

ALAIN OULMAN

Foi um personagem maior da música portuguesa. Chamava-se Alain Oulman (1928-1990) e pertencia a uma família francesa de origem judaica. Era isso, dizia ele, que o fazia facilmente entender o fado. O facto de ser judeu, claro está.
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A sua ligação artística a Amália Rodrigues data dos inícios da década de 60. Foi com ele que a grande cantora se tornou ainda maior, incluindo no repertório poetas como David Mourão-Ferreira, José Régio, Alexandre O’Neill, Manuel Alegre ou mesmo Luís de Camões.
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Lutou contra o fascismo, foi preso e expulso para França. A sua biografia é expressamente referida do site do Partido Comunista Português, o que nos deixa poucas dúvidas sobre as ligações que tinha. Coerente e corajoso, foi dos poucos que saiu em defesa de Amália Rodrigues, quando sobre ela, logo a seguir ao 25 de Abril, quiseram fazer cair a infâmia de ter pertencido à PIDE.
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Alguns dos mais célebres fados de Amália têm a sua música: recordemos Gaivota, Com que voz, Madrugada de Alfama, Fado português, Havemos de ir a Viana, Meu amor, meu amor, Povo que lavas no rio ou Abandono (também conhecido como Fado Peniche). Curiosamente, os fados de Oulman não eram especialmente apreciados pelos músicos de Amália que os intitulavam, de forma pouco respeitosa, “as óperas”…

5 comentários:

  1. Obrigado por recordar Alain Oulman. Poucos músicos conseguem uma ligação tão perfeita entre música e letra como ele o conseguiu. São de sua co-autoria alguns dos meus fados preferidos de Amália Rodrigues, os quais sou capaz de ficar horas a ouvir, completamente extasiado.
    Obrigado também por partilhar a sua alma sensível.
    Nunca lho disse, mas acredite...gosto muito de si, embora às vezes não pareça.

    Um abraço

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  2. O meu nome... é ninguém! Como o ditaram há muito tempo!

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  3. isso soa a fita de cóbois...

    meu caro amigo, nem tudo o que parece é. e há pessoas mais silenciosas que outras. lembre-se da frase notável de J.L. Borges que mencionava "una de esas amistades inglesas que empiezan por excluir la confidencia y que muy pronto omiten el diálogo." é do livro "Ficciones".

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  4. Obrigado Santiago, não esquecerei as suas palavras. Vou tentar ler o livro e dele tirar os ensinamentos que contiver.

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