Passou ontem. Tornou-se, desde há uns anos, uma data obrigatória no calendário da cultura. Em Mértola houve visita nocturna ao Museu Paleocristão.
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É um sítio a que me ligam boas memórias e um espaço museológico pelo qual tenho particular predilecção. A história conta-se em poucas linhas: quando cheguei a Mértola, no Verão de 1991, o dinheiro acabara-se, a obra estava a meio, as facturas somavam-se e não havia fim à vista. Pormenor caricato, o espaço interior do carcaça em construção era o local preferido da vizinhança para estacionar os automóveis, que se arrumavam, ordeiramente ao fundo do edifício. Foram dois anos negros. Passei-os entre o retomar do projecto (da autoria de Luís Bruno Soares), o financiamento da obra (que chegou a dar direito a uma reunião com o então Secretário de Estado Nunes Liberato) e muitas noites perdidas. Ao mesmo tempo fui organizando o catálogo do museu - velha mania, sempre gostei desse prestar de contas que são os catálogos das exposições - e preparando o seu financiamento. No meio houve de tudo um pouco, e as batalhas em torno da cor dos painéis foram épicas, e foi das poucas vezes em que vi o Cláudio Torres ceder.
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Em 14 de Novembro de 1993 inaugurava-se o Museu Paleocristão. Um certo fim de linha para uma bela construção de meados ou da segunda metade do século V, também utilizada ao longo dos séculos como espaço funerário. Há muitas opções de que gosto: o tom rosa palácio e vermelho forte dos interiores, os mármores nas fenestrações, a facilidade da leitura das estruturas arqueológicas e a sua ligação ao edifício novo.
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O Museu Paleocristão faz parte do Museu de Mértola. "Envelheceu" bem e continua um bonito espaço.
Página web do Museu de Mértola (projecto que apresentei à Rede Portuguesa de Museus mas que já não pude desenvolver): http://museus.cm-mertola.pt/
Na página do ateliê de arquitectura que concebeu este projecto não há qualquer referência ao Museu Paleocristão. Seguramente, para eles não foi uma coisa assim muito importante. Para o Campo Arqueológico e para mim foi.
Caro Santiago, comente esta notícia:
ResponderEliminarDeputados do PS querem melhores acessibilidades em Barrancos
Os dois deputados do PS eleitos por Beja consideram ser necessário melhorar as acessibilidades rodoviárias que servem Barrancos.
A reivindicação de Luís Pita Ameixa e Eugénia Santana Alho terem realizado, no início da semana, uma visita ao concelho, onde reuniram com os responsáveis por diversas entidades.
Em nota de imprensa, os dois parlamentares saúdam a obras de conservação em marcha na estrada que serve a via raiana, vincando que, “no futuro, deve encontrar-se uma nova ambição de renovação estrutural de ligação de Barrancos à rede fundamental de estradas nacionais”.
Durante a sua visita, Pita Ameixa e Eugénia Santana Alho constataram igualmente as “deficiências no abastecimento de energia eléctrica e no abastecimento de água potável à população” do concelho, situações que, referem, “importa resolver pelas entidades respectivamente responsáveis”. Por oposição, os deputados ficaram satisfeitos pelo avanço da construção de novos espaços para os Bombeiros Voluntários, lar, centro de dia e creche.
In "http://www.correioalentejo.com/index.php?diaria=3346"
Há aqui qualquer coisa que não bate certo...
Não irei propriamente comentar. Daqui a uns dias farei um textinho autónomo.
ResponderEliminarFicarei então a aguardar o textozito autónomo.
ResponderEliminarEstive nesta basilica, ou seja na parte que está organisada, e senti uma grande emoção de proximidade com este periodo tao longinquo! Não sabia que tinha participado na conservação deste monumento!
ResponderEliminartambém me disseram que a basilica continuava por baixo do estacionamento onde tinha deixado o carro!
Angela