Ainda há dias falava com uma amiga sobre a necessidade de sermos claros na escrita e termos atenção ao rigor do que dizemos.
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Eis que ontem, de forma meio distraída, pus no blogue a datação de uma peça do Museu de Moura, tendo para o efeito utilizados dois calendários. Porquê? Porque quando tratamos de matérias relacionadas com a história do período islâmico é da praxe usarmos, em simultâneo, as duas datas. Só que não expliquei o método e só os que estão familiarizados com o calendário islâmico terão percebido aquilo. Bem prega Frei Tomás, minha amiga...
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Então aqui vai. Os muçulmanos regem-se pela Hégira, um calendário lunar de 354 ou 355 dias que tem início no ano 622 da era cristã. Ou seja, dada a diferença de dias em cada ano, não basta subtrair 622 à data actual para sabermos em que ano islâmico estamos.
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Confuso? Nem por isso. Nos meus tempos de estudante universitário havia um livro, de Manuel Ocaña Jiménez, Nuevas tablas de conversión de datas islámicas a cristianas y viceversa, ao qual recorríamos. O método era fiável mas as tabelas complexas e demoradas. Hoje há sites que fazem a equivalência de forma automática. O mais prático é este (suiço, e talvez isso não seja um acaso):
http://www.oriold.uzh.ch/static/hegira.html
Ou seja, ter nascido a 3 de Junho de 1963 equivale a 10 de Muharram de 1383.
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Testem isto com os amigos e a família.
Ainda bem que esclarece. É que ontem enquanto lia o post sobre a "A arqueta do museu municipal de Moura", fiquei realmente baralhada com a datação das peças. Cheguei mesmo a pensar que talvez o Santiago se tivesse enganado. É que aquele "AH" não me lembrava mesmo nada!!!
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