domingo, 27 de dezembro de 2009

IBN SARA

PASSEIO DE BARCO AO PÔR-DO-SOL
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Imagina a nossa situação quando a aragem
nos mostra a face a distender-se
e o sol começa a ensombrar-se.
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Leva-nos uma barca como virgem prenha,
a vela empurrada por ligeira brisa
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sobre um rio semelhante ao espelho que tem a pureza do paraíso
e que reflecte o semblante impertinente do céu.
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O dia foi passado entre catálogos, textos e esquiços, com o fito de encontrar uma ideia coerente para a exposição de Silves. Acho que, ao cabo de oito horas, consegui qualquer coisa razoável. De vez em quando, desviava o olhar para as páginas de poesia do "Portugal na Espanha Árabe". Para isso contribuiu, também, o telefonema que o seu autor, António Borges Coelho, me fez no passado dia 22. Falámos longamente de muitas coisas. Incluindo do projecto de Silves. Os textos de Ibn Sara, grande poeta de Santarém (séculos XI-XII) ajudaram-me bastante a encontrar o caminho e definir uma ideia para o que a exposição poderá vir a ser.
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Pontuar o poema de Ibn Sara com o célebre Carnaval de Arlequim (1924-25), de Joan Miró (1893-1983) parecerá um pouco absurdo. Mas a verdade é que a fantasia, o jogo e o onirismo têm tudo a ver com poesia. E não se faz História sem poesia nem fantasia.

1 comentário:

  1. Absurdo não digo, mas lá que é de um grande contraste esta associação, disso não haja dúvidas!
    Desejo um ano cheio de fantasia e de poesia.
    De história, com certeza, seja por Coimbra, por Mértola e/ou por Moura.
    Um abraço
    MEG

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