Os referendos em Portugal não têm um passado brilhante. E arriscam um futuro ainda menos auspicioso. Foram feitos três: dois sobre a despenalização do aborto (interrupção voluntária da gravidez, em linguagem mais soft), em 1998 e em 2007; um sobre a regionalização, em 1998. Nenhum deles chegou aos 50% de participação. Com a vitória do sim em 2007, o tema ficou arrumado. A não ser que os partidários do "não" possam requerer nova consulta. Têm toda a legitimidade política para o fazer, creio eu.
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As posições da esquerda sobre o tema são, com frequência, erráticas. Umas vezes reclama-se pelo direito à consulta popular, noutros casos reclama-se pelo voto na Assembleia da República. A cena agora repete-se: o PCP e o Bloco de Esquerda reclamaram, com veemência, a realização de um referendo ao Tratado de Lisboa. Vão agora, em conjunto com o PS, bloquear a iniciativa referendária a propósito entre pessoas do mesmo sexo. Estas rápidas trocas de flanco, à Chalana, não ajudam muito a credibilizar o debate político. E são, nas suas subtilezas, nomeadamente as de cariz técnico-jurídico, de difícil leitura pela maioria do eleitorado (eu incluído).
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O voto é secreto, mas aqui vai:
Votei a favor da despenalização da IVG;
Não me lembro como votei a respeito da regionalização, mas sinto-me fortemente inclinado para o "não" numa próxima consulta;
Votaria sim em relação ao casamento entre pessoas do mesmo sexo.
Regionalização, SIM!
ResponderEliminarUma lacuna do nosso estado é inexistência de uma estrutura intermédia entre o poder central e o poder local. Onde existe? Espanha, França, Suíça, etc.
Podem até criticá-la pela dimensão do nosso país, mas existem outros de menor dimensão que optaram por esta divisão político-administrativa e conseguiram tornar as suas regiões atractivas ao nível do investimento empresarial, ao nível da criação de marcas territoriais, ao nível de políticas fiscais, etc.
Será que tudo continuará a ser decidido no Terreiro do Paço ou será nas mãos daqueles que mandatámos para defender os nossos interesses?
Regiosim
Ponto 3, do artigo 115, da Constituição da República Portuguesa
ResponderEliminar"3. O Referendo só pode ter por objecto questões de relevante interesse nacional que devam ser decididas pela Assembleia da República ou pelo Governo através da aprovação de convenção internacional ou de acto legislativo."
Comparar a aprovação do Tratado de Lisboa com a aprovação da Lei do IVG, ou a que permite o casamento de pessoas do mesmo sexo, é demagógico.
A lei do IVG e do casamento de pessoas do mesmo sexo são questões secundárias da nossa vida social e que se prendem acima de tudo com o direito à igualdade, do direito a optar e ter acesso à saúde, direitos estes desde logo previstos pela Constituição. Não há (ou haveria) necessidade de referendo nestas matérias.
Já o Tratado de Lisboa, a sua aprovação implica uma alteração de toda a nossa estrutura económica, politica, social e cultural, que levanta uma série de problemas que terão implicações directas no dia a dia de todos os portugueses. Coloca em causa, inclusive, a nossa soberania nacional.
Portanto, não se trata de ser contra ou a favor de referendos, ou de rápidas mudanças de flanco. Trata-se de fazer valer a Constituição, de irmos para referendo somente em assuntos de "relevante interesse nacional", e não por dá cá aquela palha.
O Tratado de Lisboa foi ratificado sem haver uma discussão aprofundada sobre as suas implicações na nossa economia e vida social. A sua ratificação não foi democrática, foi imposta não só ao povo português, mas também aos restantes povos da Europa incluídos no Tratado.
Há uma série de artigos do Tratado de Lisboa que entram em contradição directa com a nossa Constituição. É grave.
Quanto à regionalização, talvez a tua inclinação para o "não" se deva a não teres aprofundado o assunto. Mas isto é só uma suposição, não dás dados suficientes para um debate.
Caro JF
ResponderEliminarNão se trata de demagogia, mas de questões de princípio. E não te vale acenar com leis e com a Constituição. Mal de nós quando as ideias e os debates ficam na mão dos juristas e dos burocratas. Tamos lixados...
E o artigo que citas é óptimo para esse tipo de jogos de capa e espada que tanto entusiasmam alguns dos nossos representantes no parlamento. De resto, a expressão "relevante interesse nacional" é de geometria variável. Admito que para um católico questões como a IVG ou o casamento entre pessoas do mesmo sexo sejam uma questão fundamental e que toca os alicerces da sociedade. Para mim não o são, mas quem sou para decidir o que os outros pensam?
Abraço
SM
Epá, não coloques a Constituição como uma coisa sem importância de juristas e burocratas. Ela é resultado de uma longa luta do nosso povo e continua a ser uma das mais progressistas do mundo. Apesar de ser constantemente atraiçoada, tenho muito orgulho em citá-la.
ResponderEliminarDepois a questão não é quem és tu para decidires o que os outros pensam, mas a percepção de que tens o direito de te posicionar e o dever de o fazeres para lá dos ditames folkloro-mediáticos.
A questão do casamento entre pessoas do mesmo sexo ou do IVG são lançados como temas espectaculares, temas "que dividem os portugueses", com a cumplicidade da Igreja, da Comunicação Social, etc, para desviarem a atenção da população daquilo que realmente interessa, ou seja, perceber que raio de esquema os poderosos andam a montar para fazerem permanecer o seu direito a explorar em proveito pessoal o trabalho da maioria. Esquema esse que implica a aprovação do Tratado de Lisboa nas costas dos povos.
E chegados aqui, também admito que, para os capitalistas, o direito de explorar os trabalhadores é uma questão fundamental que toca os alicerces da sociedade.
Mas a questão não é decidir o que eles pensam, até porque seria um esforço inútil.
A questão é desvendar o que eles pensam, lutar contra a aplicação prática deste pensamento, desmontar os argumentos falaciosos e demagógicos (assim como outros mecanismos)que permitem que este pensamento seja o pensamento dominante assim como a base da praxis dominante.
Isto faz-se de muitas maneiras, divulgar e defender a nossa Constituição é uma delas (pelo menos por enquanto). A maioria das pessoas ficaria chocada com a discrepância entre o que está escrito na nossa lei mãe e a sua aplicação prática.
Abraço
Despenalização da IVG – Sim.
ResponderEliminarRegionalização – Sim. Sem qualquer margem de dúvidas… ! Ainda me lembro de ser praticamente “obrigada” a explicar as minhas razões, numa aula do 9º ano, contra a ideia contrária e generalizada de toda a turma. Há quantos anos… !? Tantos? Pareciam menos…
Casamento entre homossexuais – Sim. Embora pudesse tender mais para uma solução (provisoriamente) intermédia, como foi feito num país europeu, que agora não recordo – Legalmente a união entre pessoas do mesmo sexo, está totalmente equiparada à instituição do casamento, no entanto, deram-lhe outro nome… por uma questão (penso eu) da noção de casamento estar ainda muito radicada na ideia de união entre pessoas do mesmo sexo. Acho que é uma questão de nos irmos libertando de alguns moralismos bacocos que ainda estão demasiado colados às nossas mentes.
Adopção por homossexuais – Acho que ainda é uma questão que choca muitas pessoas. Duvido que, actualmente, fosse aprovada por referendo em Portugal. Pessoalmente, choca-me mais ver crianças a crescer em instituições. Não saberia como votar. Tendo em conta a “normalidade instalada” na sociedade e os efeitos que essa situação poderia criar nas crianças adoptadas, teria que pensar melhor no assunto. Assim como os casamentos, penso que será uma questão de tempo e arejamento dos estereótipos sociais…
Tratado de Lisboa – Conheço as posições dos vários partidos sobre o assunto. Confesso que o tenho gravado no computador mas…é impossível, dada a extensão do documento e a complexidade de muitas matérias, ter uma opinião pessoal e esclarecida sobre o assunto. O que é certo é que nem os governantes têm interesse em esclarecer, nem a população parece estar muito preocupada em ser esclarecida … E isso preocupa-me…
No geral, concordo com a posição da zramática.
BB
Relativamente à União entre duas pessoas do mesmo sexo votaria SIM. Cada um deverá ser livre de escolher a sua vida e ter as obrigações e regalias que o comum dos casais tem.
ResponderEliminarÀ Regionalização não estou a ver qual o aspecto positivo, a não ser mais uns quantos tachos a serem preenchidos. O Pedro Santana Lopes tentou fazer algo semelhante ao distribuir os vários ministérios pelos País.
IVG: É um tema bastante sensível, mas que eu sou da opinião que deverão ser os casais a decidir o melhor a fazer (ou, em último caso, será a mulher sozinha a decidir).
Tratado de Lisboa: será que a maioria dos portugueses estão realmente informados do que é o Tratado de Lisboa para votar no referendo com conhecimento de causa? Eu não tenho capacidade para ser a favor ou contra. Falta-me informação.
Abraços, SM.
sou a favor da regionalização, penso que seria uma das formas, senão a unica de combater a dezertificação e as assimertras regionais.IVG, fui pelo sim porque ao contrario do que os partidarios do NÃO queriam fazer querer, não obriga nenhuma mulher a fazer aborto, apenas descrimina as que por motivos que só elas sabem o dessidem fazer. casamento entre pessoas do maesmo sexo votaria SIM apenas e ao contrario dos outros tres referendos que fiz campanha pelo SIM, neste limitaria-me a votar. tratado de lisboa, é obvio que nos, povo não temos informação que nos primita ter uma opinião bem formada, mas só o facto dos nossos governantes, não nos facultarem essa informação, já é razão para ficarmos preocupados e até desconfiados.
ResponderEliminarAntonio Caeiro
Cara BB, a "soluçao intermédia" adoptada por um pais europeu, sera o PACS - Pacte Civil de Solidarité (França) ?
ResponderEliminarPS Ja agora, a minha mae também se chama Julia. Tenho a certeza que a sua confusao deve ser essa... porque os meus cremes sao super caros.
... por acaso gostei dessa dos "moralismos bacocos" [BB] ... e porque não o Casamento entre homens e animais??? ... sim porque cada pessoa é livre da sua opção sexual ...
ResponderEliminarolhem ... ide trabalhar em vez de se porem aqui com futilidades ... o país precisa de gente que trabalhe, que seja criativa e que crie riqueza ... e não me parece que esta discussão vá nesse sentido ... um exemplo simples ... a entrada em funcionamento do aeroporto do Alentejo é mais importante para país do que esta discussão sobre matrimónios de panisgas e de fanchonas ...
... nesta matéria, reconheço que sou um confesso seguidor do islão ...
tss tsss
Lixo Tóxico
Mensagem para Lixo Toxico :
ResponderEliminar"ide" ?
Acho que esta forma verbal do Verbo Ir o denunciou...
ao anónimo das 23:28 ... a forma verbal que usei, segunda pessoa do plural do modo imperativo afirmativo ... serve para dar ordens ou recomendações ...
ResponderEliminartss tsss
LT
E eu a pensar que o Lixo Tóxico era um "open mind" e, afinal, ficou tão melindrado com a questão dos casamentos homossexuais que me deixou estarrecida, apreensiva e porque não, desconfiada...?
ResponderEliminarJá só lhe falta subscrever as ideias daquele jovem (?) do PSD que equipara esses casamentos aos casamentos dos pais e filhos, primos directos, etc. etc...! Se não sabe, e espero não estar a contribuir para arrasar com a sua inocência, a homossexualidade existe desde os primórdios da humanidade e já foram observados fenómenos da mesma noutras espécies animais, não é sequer uma invenção recente, inclusivé era naturalmente aceite em determinadas sociedades e estratos sociais favorecidos; os casamentos entre familiares próximos, eram prática corrente, noutros tempos, como forma de preservar a concentração da riqueza nas mesmas familias. Não é por acaso que muitos dos nossos antigos monarcas e respectivos descendentes, sofriam de deficiências mentais graves; provavelmente se não tivesse existido algum tipo de cruzamento de animais, nos nossos antepassados mais remotos, nem estaríamos aqui hoje a comentar o que considera de meras "futilidades"!
Sei que aprecia a frase "Arbeit macht frei", mas como ainda sou do tempo das folgas aos domingos e não do tempo dos campos de concentração, faço o que bem entendo com o meu tempo livre. Já agora, espero que também não seja um falso moralista, assistindo a filmes duvidosos com animais, na penumbra da sua secreta e imaculada catedral.
"Ide" (os meus amigos do norte do país falam assim) repensar, seriamente, essas posições tão radicais... nem que seja desempoeirando as ideias nos aviões do Aeroporto de Beja. Quando conseguir comprar bilhetes, avise-me. Estou interessada nos "low cost".
Confesso que fui sua fã em alguns comentários mais descarados. Desta vez, deixou-me ligeiramente desiludida. Mas é mesmo assim, nem todos podemos gostar do amarelo. Podemos sim admitir, que outros possam gostar das cores que bem entenderem.
Para a Júlia: Acho que a solução intermédia foi num dos países nórdicos. Finlândia? Vou tentar pesquisar. Ouvi a notícia na rádio, há já algum tempo, e o país eclipsou-se...
Se os cremes forem mesmo bons há possibilidade de enviar à cobrança? :)
BB
Ainda comecei a responder a certos comentários, mas deisti, não vale a pena.
ResponderEliminarApenas quero dizer o seguinte: os referendos apenas devem ter lugar nos termos da Constituição e depois de analisadas as matérias para se apurar se são de interese nacional ou não.
O casamento entre pessoas do mesmo sexo não é, de todo, matéria de interese nacional.
Se os homossexuais trabalham, são membros activos de uma sociedade, tal como os hetero, devem também ter os mesmos direitos e regalias em termos legais.
Nem a adopção por casais homossexuais deve ser matéria de referendo. E não me venham dizer que as crianças vão ser maltratadas na escola por terem dois pais ou duas mães. O argumento é falacioso. Não há criança nenhuma que não seja "maltratada" pelos colegas no infantário ou na primária, e por coisas sem a menor importância. E acabam por se criar.
O que eu não concebo é que, simplesmente por serem pessoas do mesmo sexo, não tenham o direito a criar uma ou mais crianças, que tanto necessitam de uma família (sim, porque estamos a falar de família, não só o casal em si, mas toda a sua envolvente familiar de tios, primos, avós, etc...).
O que eu não concebo é que se negue às crianças um lar e uma família. Porque a questão é mesmo liner. Não tem que haver discussão.
As coisas são o que são.
Pensem nisto.
.. e porque não o Casamento entre homens e animais??? ... sim porque cada pessoa é livre da sua opção sexual ... Lixo Tóxico:
ResponderEliminarNão sei onde foi buscar essa ideia de, aceitando-se o casamento entre 2 homens, se abria a possibilidade de casamento entre pessoas e animais...(animais não são pessoas, embora muitas pessoas me obriguem a rever melhor essa ideia).
Existe a tal coisa que é ambos dizerem "SIM" quando se pergunta se aceitam casar um com o outro.
Um diria "sim" outro "Ão ão ão" ou "Miau"?
Não me lixe.
Olhe, já agora, também não se deveria permitir que um homem e uma mulher casassem um com o outro, porque isso cria a possibilidade de homens casarem com homens e mulheres com mulheres!
Onde é que já se viu!
Já duas ou três vezes que começo aqui um comentário, e depois apago, a pensar: Zélia, não te metas em discussões.
ResponderEliminarMas tenho mesmo de meter a colher.
Vamos por partes:
1. Casamento entre pessoas do mesmo sexo:
Nem deve ser objecto de referendo, porque são pessoas com vidas próprias e que como tal, têm o direito a tomar as suas decisões. Não aceito que ninguém possa impor a sua vontade sobre a vida de outra pessoa que lhe é estranha, só porque sim, só porque lhe apetece discordar.
Meus amigos, não tenham medo, lá por ser permitido o casamento entre pessoas do mesmo sexo, vocês não vão ser obrigados a casar nessas circunstâncias! Mas não têm o direito de impedir que outros o façam, se é essa a sua vontade.
Não me respondam por favor com o argumento da religião. Jesus Cristo era tolerante. Pregava a tolerância, o respeito e o amor pelo próximo. É isso que estão a fazer?
Espero sinceramente que não obriguem o Estado a gastar o dinheiro que nos faz falta a todos em mais um referendo e respectiva campanha, apenas porque algumas pessoas se julgam “mais iguais que outras”.
Quanto à adopção de crianças por casais homossexuais, o que tenho a dizer é muito simples: O que me choca é o número de crianças que passam a sua vida em instituições sem oportunidade de viver numa família. Choca-me que pessoas com disponibilidade, carinho e afecto sejam impedidas de adoptar crianças que poderiam tornar felizes, apenas porque são casadas com pessoas do mesmo sexo, ou porque são solteiras, viúvas ou divorciadas. Mais uma vez é a opinião de alguns “iluminados” a interferir na vida de outras pessoas, a impedir a constituição de famílias e a obrigar crianças a crescerem numa “rede” sem rosto.
2. IVG
Participei activamente na campanha, embora contrariada. O motivo da minha contrariedade era a frustração que sentia por aquele referendo e aquela campanha serem necessários.
Nunca na minha vida interromperia uma gravidez. Fui colocada perante essa possibilidade quando fiquei grávida do meu terceiro filho, cinco meses após uma cesariana de urgência. À pergunta delicada do meu médico, a resposta foi imediata: Nem pensar. A minha decisão, que teve consequências posteriores a nível da minha saúde, valeu-me a existência do meu filho Pedro e da sua permanente boa disposição.
Mas o facto de, em qualquer circunstância, a minha resposta ao aborto ser NÃO, não me dá o direito de impedir outras pessoas de o fazerem. E acreditem, para uma mulher ou um casal ter a coragem de tomar essa decisão, os motivos têm de ser bem fortes.
Além disso, a penalização do aborto nunca impediu que ele fosse praticado. Apenas impedia que as mulheres o fizessem em condições de segurança e higiene, com o apoio médico necessário. Ou seja, sabemos que existe, mas preferimos fechar os olhos. A isto chama-se Hipocrisia.
3. Referendo ao Tratado de Lisboa
Cito as palavras de um comentador anterior: “não temos informação que nos permita ter uma opinião bem formada, mas só o facto dos nossos governantes, não nos facultarem essa informação, já é razão para ficarmos preocupados e até desconfiados.”
É uma matéria que vai afectar a vida de TODOS. É uma matéria que vai regulamentar a economia, a administração, o direito, a política e a nossa identidade. Devia ser objecto de Referendo e de verdadeiro esclarecimento (e não daquelas lutas de galos que costuma ser as campanhas eleitorais). Mas é claro que aqui, não fomos chamados a dar a opinião.
Missiva para a BB
ResponderEliminar... não querendo tornar este meu comentário extenso vou dividi-lo em vários actos e esperar que o autor do blog os publique, sem os aparar...
Acto I - Desencanto Seu ... Encanto Meu
... reparo que quando não vão ao encontro das suas ideias, faz beicinho e não tolera .... mas se BB reflecte alguma coisa de Brigite Bardot, então de beicinho e amuada deve ficar mais exótica e aí ... confesso sinceramente ... que fico ainda com mais "ganas" de a conhecer ...
Acto II - Cinzentismo
... confesso que não sou propriamente um opem mind ... gosto mais de viver na Twilight Zone ... e se a BB conhece os episódios a preto e branco do Rod Serling ... então esses são os melhores ... daí talvez um pouco do meu cinzentismo ...
... tenho a minha opinião ... continuo a achar que o tema do casamento homosexual não é matéria de interesse e debate nacional ... não concordo com a expressão CASAMENTO, mas é um problema de expressão ... União de Género ??? outra coisa qualquer ... querem viver juntos ??? e porque não ??? querem os mesmo direitos e regalias que os casais de géneros diferentes??? e porque não ??? ... não são cidadãos de segunda !!!! ...trabalham, produzem riqueza tal como os heterosexuais ...desempenham funções com o mesmo grau de profissionalismo ... não vejo qual a diferença e daí porque não terem também o direito de possuirem um documento ofícial dessa união? .... ah ah?? perguantará a BB - e porque lhes chama de Panisgas e Fanchonas ??? :)) para mim é mais campestre do que Homosexual ou Lésbica ... mais, ... entendo que cada um deve ser feliz à sua maneira desde que não perturbe o vizinho ou o colectivo.
Acto III - A Distracção
BB, na minha inocência ou ignorância tenho a ligeira sensação que alguém quer levar o tema do Casamento Homosexual para o debate nacional, não passando de uma manobra de diversão para esconder os verdadeiros problemas NACIONAIS que vivemos ... e esses sim é que devem ser discutidos...
Acto IV - A Libertação pela Força do Trabalho.
Arbeit macht frei ... que quer dizer, como sabe ... O Trabalho Liberta ... dir-me-á que é uma frase proibida porque estava à entrada de um campo de concentração nazi .... sim, mas o facto de lá estar não quer dizer que já não se possam usar as palavras Trabalho e Liberta ... ou tem a BB dúvidas que o trabalho liberta??? ... a riqueza das nações faz-se à base de trabalho ... não é com pragas de indigentes que se prospera ... veja o caso de Portugal.
Quão bom é chegarmos ao fim do dia e fazermos um exame de consciência daquilo que produzimos e podermos ir para casa sabendo que produzimos para o nosso salário e ainda acrescentámos mais valia para o detentor do capital e dos meios de produção (o fascista o capitalista) ... infelizmente para uns parasitarem têm outros que trabalhar ... contudo dou a mão à palmatória e deveria usar a expressão portuguesa " Vai Trabalhar Malandro " ... mas mais lhe digo .... quando não estamos ocupados a trabalhar a nossa mente pode levar-nos para caminhos perigosos ... a mim, ao contrário de pensar em colocar bombas em aviões ou ver filmes duvidosos de moças com animais, que circulam aos montes pela net ... tenta-me a cobiça pela mulher ... adúltera ... e não adúltera ... eu sei que é um pecado mortal ... mas eu também sou mortal ... e elas são BB's!!!!
Acto V - Campeonato Político da II Divisão
Regionalização - NÃO !!! - para ser governado por políticos de II divisão e abaixo da linha de água (os Nicolaus, os Ludgeros e os Simões) ... então que venha já a Angela Merkel tomar conta do nosso país e em todos os documentos oficiais, folhetos promocinais, publicidade, notas de rodapé nos noticiários, etc etc, que seja obrigatório aparecer em alemão e português Arbeit Macht Frei/ Vai Trabalhar Malandro ...
EPÍLOGO
BB... errar é humano e perdoar é divino .... e BB são iniciais de divindade ... ou mesmo para alguns que ainda se lembram ... eram a marca de uma gasosa deliciosa que se bebia sofregamente quando o calor apertava ...
Lixo Tóxico
estimada anamarafada:
ResponderEliminar... por acaso viu o vídeo que está num post mais abaixo denominado Confissão na Cidade Eterna ??? ... veja ... e não me diga como disse no seu comentário "Não me lixe" ... :)))
ufa ... hoje, para acalmar estas meninas que se põe logo em pele de galinha, é que não produzo para o salário ...
Lixo Tóxico (a parasitar na net à custa do patrão)
Ó LT, você usa pontos de exclamação a mais para o meu gosto. E reticências também. A sua sorte é que ainda escreve bem "à", com o acento na direcção certa. Caso contrário, estava já aqui a gritar "SOCOOOOORRRO!"
ResponderEliminarFalando directamente dos seus comentários, vá lá, emendou a mão. Concordo consigo especialmente no ponto III. Não há dúvida que estamos todos a ser distraídos. Resta saber ao que é que não querem que prestemos atenção.
Senhor Lixo Tóxico
ResponderEliminarO problema é então a expressão CASAMENTO? Tocar no "SAGRADO MATRIMÓNIO"?
Já que é uma pessoa com humor, aconselho-o a ver este vídeo dos Gato Fedorento:
http://vodpod.com/watch/1344712-gato-fedorento-casamentos-gay-
Para o LT:
ResponderEliminarUauuuuu… isso não é uma missiva, quase que me dedicou um livro… Olhe que quando começo a escrever, até me esqueço…
Hoje não estou nos meus melhores dias e aceno-lhe já com a bandeira branca.
De qualquer forma só algumas correcções:
Desiludida – pessoa que perde a ilusão, decepcionada, desenganada…
Intolerante – pessoa contrária aos princípios da liberdade…
A minha desilusão (palavra que utilizei) não incomoda ninguém; quanto a “não tolerar” e “fazer beicinho”, digo-lhe já que me conhece muito mal… tenho tolerância e paciência para dar e vender! Claro que há limites… Recordo-lhe que foi o primeiro a reagir mal à minha opinião sobre os “moralismos bacocos” – Se a opinião era minha, porque é que não a tolerou!?
Até compreendo que pudesse ser uma forma discreta de meter conversa com a Brigitte Bardot, mas se indirectamente, no meio de tanto exotismo, quis insinuar que os meus comentários eram “loiros”… uhmmm, vou ali ao espelho confirmar se tenho alguma coisa invulgar na cor do cabelo (depois de tirar a peruca, claro)…!
Cuidado…suponha que sou um daqueles “panisgas” a lançar-lhe a rede. Continua ainda com essas “ganas” de me conhecer…?
A seguir às correcções, as convergências:
- Twilight Zone a preto e branco, vá lá… ainda lhe reconheço um certo bom gosto.
- Também preferia, por enquanto, qualquer coisa como “União de Género” – acho que esta solução intermédia aconteceu em dois países da UE, durante os primeiros anos. Como costuma dizer-se, primeiro estranha-se, depois entranha-se. Não pretendi excluir-me de alguns preconceitos que sei que ainda tenho em determinadas matérias, no entanto, tenho a consciência que estou em constante evolução e aprendizagem. A vida a isso obriga…
- É claro que essa questão é nitidamente uma manobra de diversão. A prova mais evidente disso é que, salvo raras excepções, nós próprios entrámos em divagação sobre os vários temas quando o que se pretendia discutir no post era a questão: que matérias devem ser sujeitas a referendo e que matérias devem ser logo decididas pelos deputados que escolhemos e que nos representam.
- “Arbeit macht frei” – completamente de acordo, mas tenha dó… deixe-me ao menos descansar ao domingo. Há vida além do trabalho. Por acaso, às vezes, olhando para a sociedade que me rodeia, penso que deveria ter nascido com a estrela cigana ou com a de chica-esperta… mas acho que nenhuma dessas me saiu em rifa.
Depois das convergências, as divergências:
- Não cobiço mulheres… (está a ver..? Posso ser “panisgas”)
- Não coloque a regionalização a esse nível tão primário. Não falta uma cor nesse seu quadro tão negro…? Por acaso até acho que é aquela cor que falta quando temos cheias e outros problemas locais e regionais…que a centralidade desconhece ou finge desconhecer.
- Quem sou eu para perdoar? Não temos todos os nossos secretos pecadilhos…!? Já imaginou como teria sido monótona a vida do taxista do “Noite na Terra” se aquela ovelha e aquelas abóboras não se tivessem cruzado no seu caminho?
Agradeço a missiva. Até me conseguiu fazer rir …
Estou seriamente a pensar em mudar as iniciais depois das suas confissões escabrosas… LOL
Consegue manter o nível quando quer ou quis só testar a minha capacidade de encaixe…?
BB
Ora que grande animação que aqui vai e não me chamavam!! (upss Zélia foi sem querer …upsss ai porra)
ResponderEliminarBem para não vos fazer perder o vosso precioso tempo a ler-me diria que:
1- Concordo com tudo, mas tudo mesmo, que o Zarmática disse. Espanta-me, ou nem tanto assim, que o Camarada Santiago (uma vénia sôtori) questione a posição do Partido (uma vénia mas com o braço no ar), sobre o “não referendo”, na questão do casamento entre pessoas do mesmo sexo. ..ai o cartãozito!!! (upss zélia juro que não sou…upsss porra).
2- Caso a Santa Madre Igreja (vénia) e o “santo papa” (uma dúzia de vénias…isto vai-me dar umas dores nas cruzes!!! Upsssssssssss Zélia tenho mesmo a certeza que não sou) influenciem o Santo PR e o Santo Parlamento ( vénia e beija mão)levando a que haja referendo sobre a dita questão, votaria SIM, acho que me adiantava e votava logo SIM para a adopção. Os motivos já estão todos ai escarrapachados nos comentários das Santas meninas seguidoras deste blog (vénia e contra vénia..nem sei como me vou mexer amanhã mas pronto…upsssssssssssssssssssssssssssssssssssss ok já disse que não sou).
3-Fiquei mesmo um pouco decepcionada com a BB, então a menina muda o nome à coisa e deixa de lhe fazer confusão? Nem parece seu!!! Upssssssssssssss Zélia help me..isto é um vicio, juro.
Voltando ao que interessa, por essa ordem de ideias poderemos pedir ao Bloco de esquerda que mude o nome..pode ser a mesma coisa, mas passa a chamar-se Bloco de notas e nós (comunas) deixaremos de os achar “estranhos“, boa?
4- O Sr. Lixo Tóxico gosto de o ler, embora na maioria das vezes não concorde com o seu ponto de vista, gosto da forma humorada, inteligente e o ar de “mau rapaz” que usa.
Concluindo, Gostei de ter cá vindo..aprende-se umas coisas!!! Aiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii bolas!!!
Tenho é que vir mais cedo, antes do comentários inteligentes já terem sido todos feitos ;)
Cumprimentos
A Camarada Independente (mas pouco)
À Camarada (ainda) Independente:
ResponderEliminarFicaste sem sono depois da noitada, foi?
Olha, quanto às questões de pontuação, e depois da noite de ontem, já sabes a quem pedir ajuda, deixa-te as vírgulas todas no sítio certo. Pode ser que também tenha jeito com pontos de exclamação e reticências, sabes que ali não há falhas.
Beijinhos.
em jeito de final de intervenções neste post e neste ano, comento ainda:
ResponderEliminarà BB:
acautele-se, porque posso ser uma fanchona a querer lançar-lhe a rede ... rsssssssssss, mesmo tendo você aventado a hipótese de ser um panisgas disfarçado ... rsssss
Sobre a regionalização falamos mais tarde, obviamente o que me vai na alma é o descontentamento com a classe politica em geral. Circula por aí um texto do Mário Crespo, gostaria que o mesmo tivesse o efeito para a actualidade que a Grândola Vila Morena teve para Abril.
Não mude para loira ... está bem assim ... rsssss
à Ana Marafada
vi o video do Gatos, e acho que a palavra que mais se adequa é Piassaba ... rsss
... e a próxima vez que me disser "Não me lixe" só aceito se for em inglês, com o cenário do filme Casablanca por trás, eu fazendo de Humphrey Bogart e você de Laureen Bacal ... rsssss
à Zélia Açucar Amarelo
comadre!!! rssssssssss (isto da comadre é uma private joke)
eu sei que para a sua profissão a minha escrita lhe provoca exilação, que é uma coisa bem pior que comichões, mas vou tentar corrigir-me.
à Camarada Independente:
quando tiver cartão, convide-me para a festa, que deve ser de arromba, pois novas adesões ao partido devem já ser raridades ...
:)))))))
Ao autor do Blog:
(hoje vou tratá-lo por tu)
Estás lixado.
Quiseste entrar para a política mais activa e levá-la a sério, agora amargas-as.
Aprecio a tua coragem e a tua dedicação às causas públicas, como tal tenho que também agradecer à tua esposa por ser pai e mãe ao mesmo tempo enquanto por aqui andas.
A todos vós que me proporcionaram raros momentos de enriquecimento ( rssss vejam lá a lata do gajo) mas muitos de boa disposição, votos de 2010 cheio de muitas alegrias e que nos voltemos por aqui a encontrar.
Lixo Tóxico
Caro LT:
ResponderEliminarNão estou nada lixado, essa agora!
Agora amargo-as? Essa agora, de novo.
Faço o que gosto e com quem gosto. Em Moura e em Coimbra. Um privilégio raro. E, impulsivo ou não, digo o que penso. As causas públicas (vereação, investigação, docência etc.) têm a ver com vida de todos nós. Por isso são importantes, e nisso estamos certamente de acordo.
E tudo, mesmo tudo, o que faço na vida é com total empenhamento. Nunca gostei de meias tintas nem de molenguices. É assim.
Bom Ano
SM