Chamava-se Nuno Ferreira, mas ficará para a posteridade como Nuno Ferrari. Nasceu em 1935, faleceu em 1996, foi jornalista de A Bola e era um extraordinário fotógrafo. Vi-o muitas vezes, na Luz, em Alvalade, no Restelo, correndo literalmente atrás das jogadas e fotografando com uma enorme classe. Muitas das melhores imagens do nosso jornalismo desportivo são dele.
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A mania da fotografia - uma mania que só ofende as finanças caseiras - devo-a a uma exposição de Nuno Ferrari, em Moura, na Festa de Nossa Senhora do Carmo, em 1970 ou em 1971. Retenho dessa mostra uma extraordinária imagem de um jogo entre o Sporting e o Benfica. Dois jogadores disputam a bola, que tentam cabecear. Na fotografia estão só eles, captados da cintura para cima, sobre um fundo de chapéus de chuva negros. Todo o esforço, toda a vontade de vencer, naquele dia de chuva intensa, couberam no enquadramento magistral de Nuno Ferrari.
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Juntamente com esta fotografia de Eusébio, no Mundial de 1966, fica uma recordação da King Regula, a máquina que o João tinha comprado em Angola e que, às vezes, me deixava experimentar. Era um aparelho simples, mas com um belíssimo fotómetro e com uma lente de fazer inveja a muita sucata que por aí anda.
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