sábado, 19 de junho de 2010

METROPOLIS

É uma das obras essenciais da História do Cinema. Um jovem Fritz Lang (1890-1976) dirigiu-a, com tenacidade germânica, apenas com 35 anos. O filme chama-se Metropolis e retrata uma cidade no futuro, dividida entre dois mundos: o da urbe moderna e luxuosa, que vive à superfície, e o da cidade subterrânea, onde os trabalhadores são escravizados, para manterem o nível de vida dos exploradores. Uma leitura marxista das cidades do futuro? Nem tanto. No final de uma trama complexa, trabalhadores e capitalistas unem-se e dão as mãos. A derradeira sequência do filme teve o dedo da argumentista Thea von Harbou (1888-1954), militante nazi.
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Nestas alturas em que as leis do trabalho voltam a ser as culpadas da crise, vale a pena rever esta cena (e todo o filme, bem entendido) e pensar um pouco.
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Mensagem particular para a Vânia: clica lá no filme, vá lá...
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Lang abandonou a Alemanha em meados dos anos 30 e fixou-se nos Estados Unidos. O sistema de produção americano não lhe permitiu o experimentalismo de Metropolis. Ainda assim, nas suas obras derradeiras, recuperou um pouco do fôlego da juventude.

2 comentários:

  1. Ao ler este post lembrei-me da 1ª vez que vi Metropolis, salvo erro no antigo cinema Universal. A discussão sobre estética e ética, sobre a função da arte e sobre a arte "marxista" - tínhamos visto há pouco tempo o "Couraçado Potemkin" - exacerbou marxistas e não só. Saímos da Trindade muita cerveja depois, com a estética maltratada e a ética em baixo. O culpado fui eu: trouxe à baila Leni Riefenstahl, por quem sentia alguma tolerância, apesar de tudo. Não conhecia Thea von Harbou nem a sua participação no filme de Fritz Lang e essa é uma das razões porque frequento este blog: porque aviva as minhas memórias e porque aprendo coisas que não sabia. Como dizia o outro: "o saber não ocupa lugar?!?...NÃO!!! O saber vai sempre ocupar o lugar da ignorância"
    Abraço
    JCL

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  2. CORRECÇÃO AO COMENTÁRIO DAS 14,20:
    A 1ª vez que vi Metropolis foi muito mais tarde e na televisão. A discussão referida aconteceu de facto, mas após o "Couraçado...". Falou-se foi muito no Metropolis e na Leni Riefenstahl e a cerveja da Trindade era aquilo que se sabe...Um amigo, um verdadeiro amigo, que lá esteve, refrescou-me a memória. Está corrigido.
    JCL

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