sábado, 10 de julho de 2010

A EMISSORA DA LIBERDADE

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Depois do sinal horário, uma voz dizia: "Rádio Clube Português, a emissora da liberdade". Isto aconteceu, durante meses a fio, em 1974/5, e até a estação ser nacionalizada. Quando ouvia dizer aquilo, e sem que eu percebesse bem porquê, o João dava urros de fúria.
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Pormenor curioso: nenhuma das senhas do 25 de Abril foi emitida no Rádio Clube. E depois do adeus passou nos Emissores Associados de Lisboa, Grândola Vila Morena na Rádio Renascença, e uma vez que esta última tinha maior potência. Mas foi, de facto, ao Rádio Clube Português, e às vozes de Joaquim Furtado e de Luís Filipe Costa que a Revolução ficou ligada. Porque foi a essa estação que o País ficou colado para ouvir os comunicados do MFA.
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O RCP passou depois a Rádio Comercial, depois foi privatizado, depois veio a Rádio Nostalgia, depois reabriu como Rádio Clube Português. Era, nos últimos tempos, pouco mais que um gira-discos, com algumas colaborações de interesse à mistura. Pertencia a uma daquelas gigantescas estruturas de informação que o novo capitalismo criou, a Media Capital Rádios. Coisas anónimas, cada vez mais fechadas e ao serviço dos poderosos. O RCP fecha, de vez, amanhã à noite, às 23.59.
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Imagens do passado: Salazar, em 1966; Otelo e Vasco Gonçalves, em 1975. Deve ser acaso, mas na imagem de cima o micro está à direita, na de baixo à esquerda...

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