terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

LE RADEAU DE LA MÉDUSE

Aludi, há dias, a este célebre quadro de Théodore Géricault (v. aqui).
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A história conta-se em poucas palavras: a fragata Méduse, com centenas de de pessoas a bordo, encalha num banco de areia, ao largo da costa de África, em Julho de 1816. Mais de 200 passageiros são embarcados em chalupas, vindo a atingir a costa africana em razoável segurança; 152 marinheiros e soldados são postos numa jangada, que em breve fica à deriva. A jangada será encontrada 13 dias mais tarde, apenas com 15 sobreviventes a bordo.
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Numa analogia fácil, diria que a situação que vivemos é a da fragata. Uns disporão de barcaças, outros serão deixados à sua sorte, numa qualquer jangada.
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Le radeau de la Méduse faz parte das coleções do Museu do Louvre: http://www.louvre.fr/llv/oeuvres/detail_notice.jsp?CONTENT%3C%3Ecnt_id=10134198673236500&CURRENT_LLV_NOTICE%3C%3Ecnt_id=10134198673236500&FOLDER%3C%3Efolder_id=9852723696500815&baseIndex=69&bmLocale=fr_FR

2 comentários:

  1. Talvez se possa dizer que a nossa jangada é de pedra e que, por ora, arrastará para as profundezas dos abismos o País;A não ser que lhe coloquem em cada lado umas grandes bóias,vindas da União Europeia a qual, ao fim e ao cabo, não estará interessada em ver desaparecer este comprador compulsivo cá dos confins da Ibéria.

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  2. A JANGADA
    (Farias Brito)

    Ei-la solta no mar ligeiro esvoaçando,
    como um vasto lençol
    para as nuvens azuis sublime levantando
    as asas colossais, brilhantes como o Sol.

    Tornou-se uma legenda. Adoro-te, jangada.
    És um poema de amor na luta encarniçada
    contra o vil interesse e negra tirania,
    — nesse drama imortal de glória e de agonia,
    em que foi sufocada a voz do despotismo,
    e foi desfeito o mal e foi transposto o abismo
    da negra escravidão.


    Emblema do progresso, águia da multidão,
    foste o canto ideal da nova marselhesa
    que fez brotar o bem. Tiveste a realeza
    das cousas imortais,
    cheias da grande luz dos grandes ideais,
    que fazem renovar-se o coração humano,
    sentindo da verdade o influxo soberano.
    Foste da liberdade a página dourada,
    branca filha do mar, celestial jangada.

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