Atravesse-se este tempo de Carnaval na leitura dos jornais da semana que ficaram para trás. O Público de sexta-feira trazia dois grandes artigos. Atente-se neste excerto do de Vasco Pulido Valente:
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"Para quem nasceu depois de 1980 e cresceu durante Cavaco e o PS, Salazar, Caetano e o PREC têm a mesma realidade, e a mesma importância de Sancho I. O que interessa agora à gente de 20, 30, 40 anos não é a perversidade da Ditadura, é saber se, como no seu tempo, o regime cumpriu as suas promessas. E a resposta, por muito que lhe custe a si [Mário Soares], e a mim, é que não cumpriu."
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Mário Soares criticara os promotores da manif de 12 de março, acusando-os de perigosos, antidemocráticos e niilistas. Há muito que Mário Soares, e descontando algumas erupções "esquerdizantes" de defesa do Estado Social, algo que o seu partido se tem entretido a desmantelar, não tem nada de relavante a dizer. Entre os sofás fofos de Nafarros e o clima ameno do Vau, o histórico líder não se dá conta das tensões sociais que existem. Que não se resumem às lutas sindicais (nas quais as novas gerações não se revêem), nem num espectro partidário com o qual não se identificam e no qual não confiam.
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Há muito jovem na casa dos 20-30 (mais que na dos 40, caro Doutor Pulido Valente) que está lixado, desesperado e sem perspetivas. E que nas gerações mais avançadas, e ainda acomodadas, o inimigo a abater.
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A manifestação de 12 de março pode vir, na sua espontaneidade, a ser um gigantesco movimento de massas. Que ainda não tem líder, mas rapidamente o(s) forjará. Veremos que aparecerá nos telejornais. O Todo-Poderoso nos livre das tiradas messiânicas do prof. Louçã...
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"Para quem nasceu depois de 1980 e cresceu durante Cavaco e o PS, Salazar, Caetano e o PREC têm a mesma realidade, e a mesma importância de Sancho I. O que interessa agora à gente de 20, 30, 40 anos não é a perversidade da Ditadura, é saber se, como no seu tempo, o regime cumpriu as suas promessas. E a resposta, por muito que lhe custe a si [Mário Soares], e a mim, é que não cumpriu."
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Mário Soares criticara os promotores da manif de 12 de março, acusando-os de perigosos, antidemocráticos e niilistas. Há muito que Mário Soares, e descontando algumas erupções "esquerdizantes" de defesa do Estado Social, algo que o seu partido se tem entretido a desmantelar, não tem nada de relavante a dizer. Entre os sofás fofos de Nafarros e o clima ameno do Vau, o histórico líder não se dá conta das tensões sociais que existem. Que não se resumem às lutas sindicais (nas quais as novas gerações não se revêem), nem num espectro partidário com o qual não se identificam e no qual não confiam.
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Há muito jovem na casa dos 20-30 (mais que na dos 40, caro Doutor Pulido Valente) que está lixado, desesperado e sem perspetivas. E que nas gerações mais avançadas, e ainda acomodadas, o inimigo a abater.
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A manifestação de 12 de março pode vir, na sua espontaneidade, a ser um gigantesco movimento de massas. Que ainda não tem líder, mas rapidamente o(s) forjará. Veremos que aparecerá nos telejornais. O Todo-Poderoso nos livre das tiradas messiânicas do prof. Louçã...
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Não sei se estou a ver bem a fotografia.Parece-me o D. C. Bendit em grande plano;onde é que está actualmente toda aquela gente?Alguns bem instalados na vida,outros nem tanto.Talvez algumas das reflexões do Dr. P. Valente sobre a juventude actual infelizmente se confirmem e no que tange à sua ignorância sobre a situação de Portugal antes de 25 de Abril de 1974.Para eles será uma época de "Sancho";nunca viveram em ditadura, não sabem o que isso é ; e em Moura, num desfile de carnaval,pouco antes de 25 de Abril de 1974,um dos tais mascarados que pareciam surgir das esquinas e a seguir desaparecer,foi objecto de uma intervenção policial.Provocou desacatos ?Não! A polícia proibiu o seu desfile pelas ruas da então vila dado que que trazia uma bolacha pendurada numa cana e,logo atrás,outro mascarado procurava apanhá-la com a boca.Hoje é proibido proibir e a manifestação em causa pode traduzir uma lufada de ar fresco num sistema que cada vez se preocupa menos com os seus jovens.
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