Agora que as obras de reabilitação do Matadouro se iniciam, e ao mesmo tempo que os-especialistas-do-costume começam a comentar o que se vai fazer (a autarquia paga apenas 15% do investimento, mas isso é um detalhe sem interesse nenhum), aqui se inicia mais uma série de dez posts sobre peças de excecional qualidade a exibir no local. A escolha é pessoal e nada tem a ver com quaisquer programas museológicos a desenvolver para o Matadouro.
O turismo cultural - vertente que se junta a outras (de natureza e cinegética, nomeadamente) - é uma área de futuro. O Museu Guarnacci, em Volterra, está "construído" em torno de uma peça. Não tendo nós, em Moura, nenhuma peça de importância mundial possuimos um conjuntos de materiais que muitos dos grandes museus não desdenhariam. Julgo que é isso que é importante valorizar.
De um texto publicado há anos na imprensa, a partir da descrição da peça no site do Museu Nacional de Arqueologia:
O colar aqui representado [é uma] peça laminada, obtida por martelagem, possui um perfil troncocónico, dividido verticalmente em duas partes articuladas por um fecho. A decoração é incisa e puncionada, constituída por um padrão de losangos e triângulos. O fecho é também decorado por círculos feitos a punção que compõem uma figura antropomórfica deitada, que é ladeada por triângulos dispostos em cruz.
Este colar em ouro foi encontrado, juntamente com outras peças, na Herdade do Álamo, perto do Sobral da Adiça. Data do Bronze Final e estima-se que possa ter entre 2700 e 3300 anos.
O tesouro do Álamo faz parte dos tesouros nacionais e nada o fará sair do Museu Nacional de Arqueologia. Está, no entanto, garantida a execução de réplicas de grande perfeição, que ficarão no Museu de Moura.
Lindíssimo
ResponderEliminarGrande tesouro este.
ResponderEliminarMuito bonito. Quero acompanhar os dez posts. Estou seguindo você.
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