quarta-feira, 7 de novembro de 2012

COMO ORSON WELLES, MAS SEM TALENTO

Passei ontem numa empresa de Lisboa, para entregar uma bobine em super-8, a fim de ser convertida em formato editável (mov ou algo do género). O super-8 é uma realidade pré-histórica. Para quem nasceu no mundo contemporâneo esclareço que se trata de um tipo de película com 8 mm de largura (os filmes projetados no cinema têm, por norma, 35 mm).

O filme que levei à CCBS, passe a publicidade, tem contornos wellesianos. Foi escrito em 1980 e rodado em inícios de 1981, tinha o autor do blogue 17 anos. Fazia parte das tarefas obrigatórias de um curso de cinema ministrado num clube que existia na Av. Columbano Bordalo Pinheiro: o Clube Micro-Cine. Fiz a montagem (é um documentário sobre um pintor, esclareça-se) com uma moviola emprestada pelo clube e depois pronto. Ficou por terminar. Não cheguei a sonorizar a minha grande obra - apesar de ter procedido à respetiva pistagem - nem a mostrá-la a ninguém. Ficou, até à semana passada, na bobine final.

Há dias resolvi acabar o filme. Fui recuperar um velho sobrescrito, onde se conservavam umas folhas, às quais dei o pomposo nome de "argumento". Passei horas a pesquisar os sons que na altura idealizei. Até final do ano haverá documentário. 32 anos depois de ter sido pensado. Uma história à Orson Welles. Só me falta o talento cinematográfico, mas não se pode ter tudo...

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