sábado, 10 de novembro de 2012

O RIO

Não é um filme da Índia, nem feito por cineastas locais. Mas Jean Renoir resistiu, com todo o seu talento, à tentação de exótico ou ao paternalismo.

Bénard da Costa referia que era o único filme passado na Índia em que não aparecia o Taj Mahal. Ainda assim, não se me apaga da memória o calafrio que senti ao ver O rio, na Fundação Calouste Gulbenkian, há muitos anos. Numa das cenas locais, uma mulher declara, a propósito do seu amado, "ele era belo como o sol". Na imagem seguinte via-se o objeto da paixão e que era um homem indiano. A sala rompeu em gargalhadas. Esse calafrio, que me provocou a abjeta reação racista, foi compensado pela beleza do filme e pela história, um pouco triste, de amores desencontrados entre pessoas de diferentes meios e de diferentes origens geográficas.

Um filme muito grande, e que é a escolha desta semana.

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