Ir a qualquer lado com o Abdelatif em Granada era uma calvário. Marcava-se encontro com os amigos no bar xis. Eu não conhecia o sítio e perguntava ao Abdelatif "sabes onde é?". E ele "claro!". Começávamos a andar. Ao fim de largos minutos, o Abdelatif declarava "é nesta zona, viramos aqui". Virávamos. Depois esquerda, depois direita, depois esquerda. Não me atrevia a perguntar, mas concluia "está perdido". Claro que estava. Aí começávamos a perguntar aos transeuntes onde ficava o bar xis. Invariavelmente, estávamos a centenas de metros do local. Onde chegávamos mais que atrasados e entre as vaias da rapaziada.
O Abdelatif é, para mim e nos dias que correm, o exemplo acabado dos economistas que aconselham a Pátria e dos que gerem a Pátria. Primeiro o caminho era um e depois era outro. E era preciso austeridade. Daquela a sério. Depois o desemprego disparou. Depois o FMI veio dizer que se enganou nas contas. Agora declara, com solenidade, que a austeridade se pode tornar política e socialmente insustentável. Ou seja, não têm noção do que andam a fazer e abdelatifizaram a nossa vida.
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