quarta-feira, 23 de outubro de 2013

ARCAÍSMOS

Há, nesta vida, coisas verdadeiramente arcaicas. E que não mudam, sem que a gente perceba porquê. No capítulo das mais fascinantes estão as fichas bancárias. Alíneas e mais alíneas, que levam largos minutos a preencher. Tive, ontem à noite, de me dedicar a essa tarefa, e uma vez que a Câmara de Moura tem contas em várias instituições.

Alguém me consegue explicar porque é que um determinado banco me pede a data do casamento? Ou o nome dos meus pais? Será para ir pedir contas aos progenitores? Aos 76 anos? Ou, ainda, porque é que alguns têm aquela alínea discriminatória em que há quadradinhos, consoante o grau académico? Só pode ser para alguém avacalhar o cliente... Imagino sempre um funcionário, num qualquer departamento central, a dizer para a colega do lado "Fatinha, temos aqui mais um que diz que é doutorado; deve ser tipo Sócrates".

Durante mais anos, as cartas de condução tinham, no rosto, a indicação permis de conduire. Isto numa altura em que o francês estava já na categoria das línguas mortas. Curiosamente, esse arcaísmo foi transmitido, como legado colonial, a Angola. Mas a culpa não é do Dr. Machete, ok?

1 comentário:

  1. Raros são os posts do senhor Santiago que não tenham sempre uma farpa, está-lhe na massa do sangue.

    LT

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