A história foi-me contada pelo próprio. Um conhecido pintor português, alinhado bem à esquerda e dado a pesquisas plásticas, fez uma incursão por caminhos inesperados. Aquilo foi motivo de preocupação. Numa reunião do organismo partidário em que estava enquadrado, foi alvo de uma leve censura, por alguém menos dado a liberdades de composição: "olha lá, camarada, ouvi dizer que andavas a pintar abstrato". O pintor contou-me a história, divertidíssimo, há já muitos anos. Continuou a pintar, nem por isso muito abstrato. Mas muito bem. Até ao fim da vida.
O pintor não era este. Este é Francis Picabia.
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