Sempre gostei especialmente deste filme, do qual hoje pouco se fala. É um filme sobre o sofrimento e a maldade. Joan Crawford e Bette Davis, que se detestavam na vida real, eram no filme duas irmãs que se odiavam. Essa parte da representação deve ter facilitado um tanto. Uma delas tiraniza a outra, sem dó nem piedade. Tenho visto tantas coisas assim, e tanta maldade pura, nos últimos tempos, que achei interessante recordar esta obra, rodada em 1962, de Robert Aldrich (1918-1983).
É o filme da semana.
Não esqueça a dualidade homem/sociedade, a luta num mundo cada vez mais desumanizado contra a tecnologia (ou a ideia dela) e a subserviência do ser humano a uma ordem social-fascista e fascizante presentes em Playtime de Tati; a resiliência de um "Monsieur" que atónito vê o seu bocado do Mundo destruído e substituído por uma nova massa humana que não consegue entender; a anomia social purgada numa revolução a que deram o nome de Maio de 68. Se Tati foi considerado mau cineasta, foi; mas tal contemplação não lhe terá tirado o sono. Afinal Tativille era bem real, ainda que de cartão fabricado.
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