Ceuta foi conquistada pelos Portugueses há 600 anos. Não suporto os discursos épico-dramáticos que o Estado Novo tão bem soube utilizar. Tal como não tenho pachorra para o "diálogo de culturas" (na Índia fartámo-nos de dialogar à espadeirada...).
O nosso País teve uma extraordinária estrutura de estudo, divulgação e promoção de Portugal. Chamou-se Comissão Nacional para as Comemorações dos Descobrimentos Portugueses. Foi extinta em Maio de 2002. Era Primeiro-Ministro José Manuel Durão Barroso. Era Ministro da Cultura (era mesmo?) Pedro Roseta.
Hoje, estamos no ponto zero. De tudo. O silêncio de páginas oficiais quanto à conquista de Ceuta basta para se identificar a vergonha que temos no nosso próprio passado. Ceuta foi o ponto de partida de uma extraordinária empresa. Sem discursos bacocos sobre a gesta lusitana ou sobre o fraterno encontro com o Outro, os Descobrimentos valem muito mais do que a atenção que lhes damos. E os anónimos e admiráveis aventureiros que se perdiam no interior da Guiné ou no sertão brasileiro e deram corpo à nossa História e ajudaram a mudar o mundo, mereciam muito mais que esta vergonha oficial...
Como exemplo, de vários sites brasileiros:
ResponderEliminarO bandeirante Antônio Raposo Tavares expandiu as fronteiras brasileiras quase que marcando as fronteiras atuais. Nasceu na cidade de Beja
Considerada a primeira viagem em torno do território brasileiro, partiu de São Paulo em 1648, com 1.200 homens - brancos, mamelucos e índios.A expedição percorreu mais de 10 mil quilômetros em três anos, tendo seguido os cursos dos rios Paraguai, Guaporé, Madeira e Solimões-Amazonas, navegando até Gurupá, no atual estado do Pará, com a tropa reduzida a 59 brancos e alguns índios. Os sobreviventes retornaram a São Paulo. Antonio Raposo Tavares terá morrido cansado pouco tempo depois do seu regresso...