terça-feira, 6 de outubro de 2015

BEIJO TÉCNICO


O inglês técnico foi, em tempos, celebrizado por razões de duvidoso mérito. O beijo técnico, de Fernando Venâncio (n. 1944, em Mértola), será um sucesso, por outras razões. Ainda não li o livro, mas é certo que o lerei. Não podendo incluir aqui nenhum excerto, repito o poema Delírio, de Olavo Bilac, já aqui reproduzido em tempos (17.3.2009):

Nua, mas para o amor não cabe o pejo
Na minha a sua boca eu comprimia.
E, em frêmitos carnais, ela dizia:
– Mais abaixo, meu bem, quero o teu beijo!
Na inconsciência bruta do meu desejo
Fremente, a minha boca obedecia,
E os seus seios, tão rígidos mordia,
Fazendo-a arrepiar em doce arpejo.
Em suspiros de gozos infinitos
Disse-me ela, ainda quase em grito:
– Mais abaixo, meu bem! – num frenesi.
No seu ventre pousei a minha boca,
– Mais abaixo, meu bem! – disse ela, louca,
Moralistas, perdoai! Obedeci…

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