Este nascer de lua tem pouco a ver com o de Ansel Adams, em Hernández, no Novo México. Mas não é menos belo, nem menos poético.
Acontece com muita gente, imagino. Quando olho as telas de Caspar David Friedrich (1774-1840) "ouço" Wagner. E, neste caso concreto, leio Fernando Pessoa.
Acontece com muita gente, imagino. Quando olho as telas de Caspar David Friedrich (1774-1840) "ouço" Wagner. E, neste caso concreto, leio Fernando Pessoa.
Ao longo, ao luar,
No rio uma vela,
Serena a passar,
Que é que me revela?
Não sei, mas meu ser
Tornou-se-me estranho,
E eu sonho sem ver
Os sonhos que tenho.
Que angústia me enlaça?
Que amor não se explica?
É a vela que passa
Na noite que fica.
In "Poesia ortónima"
A tela, intitulada Mondaufgang am Meer, data de 1822, e pode ser vista na Alte Nationalgalerie, em Berlim.
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