terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

UMA CIDADE E O SEU MUSEU: 16/20: RABAT

O museu está num edifício já antigo, bonito e elegante. Fica na zona nova da cidade, perto da estação ferroviária. É, ainda é, apesar dos "bazaristas" (expressão roubada ao meu amigo José Alberto Alegria), uma das mais belos troços de arquitetura colonial que conheço. As longas e agradáveis arcadas, ao longo das avenidas, dão frescura ao calor das tardes do Norte de África. Retenho na memória - a última passagem por Rabat foi em 2013 - hotéis como o Balima, essa quinta-essência da decadência..., e os cafés nas imediações do Parlamento, conferem um ar "retro", admito que involuntário, à cidade.

O Arqueológico de Rabat enquadra-se bem na sua cidade. As paredes brancas realçam bem as peças. Dominam os materiais romanos. Lemos, por toda a parte, nomes conhecidos: Lixus, Volubilis... intrometendo-se um outro ou outro sítio islâmico, como Belyounech.

Em 1999, procurávamos afanosamente peças para a exposição a montar em Tânger. As melhores haviam sido levadas para o Louvre, para uma mostra temporária. Nas peças romanas, e em condições de ser exposto, "sobrava" um braço. Foi essa peça que escolhemos, que remédio... Acabámos por a usar como ponto de partida e "Maroc-Portugal: portes de la Mediterranée" escolheu as mãos e os gestos como tema forte. Às vezes, os constrangimentos dão as melhores soluções...

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